A Secretaria Nacional Antidrogas (SENAD) do Paraguai designou operações para eliminar plantações de maconha e acampamentos de narcotraficantes em reservas naturais. Os agentes realizaram a primeira ação no dia 2 de dezembro de 2020, no Parque San Rafael, estado de Itapúa, onde os traficantes destroem a vegetação para cultivar cannabis.
Depois de entrarem em áreas de bosques e protegidas nas cercanias das localidades de Las Mercedes e San Miguelito, os agentes localizaram um prédio aberto em meio a árvores de grande porte.
Ali encontraram cerca de 13 hectares de cultivos ilegais. “Foram destruídas 40 toneladas de maconha em San Rafael”, informou a SENAD em um comunicado.
Nos arredores do prédio, os agentes incineraram três acampamentos clandestinos e destruíram 180 quilos de cannabis picada.
“Desferimos um golpe contra as finanças de esquemas de tráfico e levamos a segurança a espaços de grande valor ambiental”, acrescentou a SENAD.
Os agentes antidrogas também intensificaram os trabalhos de busca e vigilância na Reserva Natural Morombí, que protege quase 25.000 hectares de bosques e pântanos nos estados de Caaguazú e Canindeyú.
Informações recebidas pela força afirmam que em Morombí também havia plantações de maconha em grande escala.
O objetivo da SENAD é oferecer “proteção operacional e acesso às zonas afetadas pelo desmatamento realizado pelo narcotráfico”, informou a força em declarações divulgadas pelo site Última Hora.
Entre 2004 e 2019 foram desmatados mais de 9.500 hectares em áreas prioritárias para a conservação no Paraguai, de acordo com o Laboratório de Informação Geográfica da organização World Wildlife Fund.
“Para poder plantar maconha em florestas protegidas é necessário ‘limpar o terreno’. Por isso, depois de cortar as árvores e vender a madeira, os narcotraficantes queimam os troncos e galhos que já não podem comercializar”, informou a plataforma internacional de notícias ambientais Mongabay.
“As árvores que não são comercializadas terminam nos fornos clandestinos da Reserva Morombí”, informou a Mongabay. “Segundo a Procuradoria do Paraguai, o carvão é contrabandeado para o Brasil.”