O governo dos Estados Unidos, através do secretário de Estado Mike Pompeo, e o presidente da Guiana, Mohamed Irfaan Ali, decidiram, no dia 18 de setembro de 2020, enviar patrulhas conjuntas que atuarão no mar e no espaço aéreo do Caribe, para deter o contrabando de entorpecentes na fronteira com a Venezuela.
O acordo foi possível através da reativação do Programa Shiprider 2001, onde a Guiana designará funcionários para atuar como navegantes (shipriders, em inglês) que viajarão a bordo de navios da Marinha e da Guarda Costeira dos EUA e poderão autorizar os norte-americanos a interceptar embarcações e aeronaves suspeitas que fogem em direção ao mar territorial da Guiana ou sobre o mesmo, informou no dia 16 de setembro o portal de notícias guianense Demerara Waves.
A cooperação na área de segurança “nos permitirá também melhorar nossas capacidades técnicas e humanas para monitorar a zona econômica exclusiva da Guiana”, disse Ali em declarações ao Departamento de Estado dos EUA.
“Nós também esperamos contar com a assistência contínua e melhorada nos campos de controle de fronteiras, na luta contra o terrorismo, na cibersegurança, na transferência de tecnologia e nas medidas anticorrupção.”
O Programa Shiprider se soma às recentes doações de US$ 200.000 em equipamentos e reformas de barcos interceptores, para fortalecer a capacidade da Força de Defesa da Guiana para patrulhar suas águas territoriais, informou o Departamento de Estado no dia 16 de setembro. A instituição acrescentou que “o Comando Sul dos EUA proporcionou US$ 135.000 em equipamentos de proteção individual aos diversos hospitais de Georgetown e do interior da Guiana, e continuará prestando assistência à COVID-19, quando for necessário e solicitado”. O acordo bilateral em segurança marítima contra o narcotráfico entrou em vigor no dia 21 de setembro.
Sete dias antes da reativação do Programa, em 14 de setembro, as autoridades guianenses localizaram uma aeronave procedente da Venezuela, que caiu na área de Issano, no noroeste do país, onde encontraram um homem morto e vários pacotes contendo uma quantidade não especificada de cocaína, informou a página da internet da Guiana Star Nieuws.
“A Venezuela é um lugar onde se está acumulando grande quantidade de cocaína e de onde é distribuída a todos os países do mundo”, publicou no dia 23 de setembro o portal digital PanamPost, com base em Miami. “Uma nova modalidade para exportar cocaína foi concebida na Venezuela. Agora os navios pesqueiros fazem transbordo e distribuem a droga em embarcações menores em alto mar.”
Os Estados Unidos ajudaram a capacitar a Unidade de Controle Portuário da Guiana para impedir o tráfico de cocaína e outras mercadorias ilícitas através da Guiana, disse o Departamento de Estado. “A Guarda Costeira dos EUA proporciona capacitação e orientação ao Departamento de Administração Marítima, para melhorar a segurança portuária, e as Forças Armadas dos EUA oferecem capacitação ao pessoal das Forças de Defesa da Guiana todos os anos, que inclui um estudante na Academia da Guarda Costeira dos EUA”, acrescentou.
“Agradecemos qualquer ajuda que melhore nossa segurança, que melhore nossa capacidade para proteger nossas fronteiras e, o que é mais importante, que melhore nossa capacidade e habilidade para termos a certeza de perseguir os elementos criminosos”, destacou o presidente Ali em seu discurso do dia 18 de setembro.