A Força Especial de Luta contra o Narcotráfico (FELCN) da Bolívia confiscou, erradicou e destruiu mais de 374 toneladas de drogas nos últimos sete meses.
Entre 13 de novembro de 2019 e 22 de junho de 2020, os agentes realizaram operações que resultaram na apreensão de 8.043 quilos de cocaína e 366.047 kg de maconha. O ministro do Interior da Bolívia, Arturo Murillo, anunciou esses resultados durante um evento pelo Dia Internacional contra o Tráfico Ilícito e Abuso de Drogas, no dia 26 de junho, no Palácio do Governo, em La Paz.
“Os dados da UIF [Unidade de Investigações Financeiras] de que circulam na Bolívia entre US$ 1,5 e 2 bilhões provenientes do narcotráfico anualmente não são irreais”, disse Murillo à imprensa.
Segundo o ministro, nos últimos anos a Bolívia passou de ser apenas um país produtor de drogas a ser também consumidor. “O mais grave é que nos tornamos um país de trânsito de tráfico de drogas e substâncias ilícitas”, afirmou.
O resultado, segundo o ministro, é que hoje existem regiões do território boliviano controladas pelo narcotráfico.
“Temos empreendido esforços enormes nos últimos sete meses, apreendendo bens, afetando o patrimônio e desarmando os clãs familiares”, declarou Murillo. Ao todo, os agentes da FELCN destruíram centenas de fábricas de drogas, que incluem 19 laboratórios de cristalização e 22 laboratórios de reciclagem, com a prisão de 1.583 pessoas. A erradicação de coca foi realizada inclusive nos parques e áreas protegidas.
Por sua vez, o vice-ministro da Defesa Social e Substâncias Controladas da Bolívia, Jaime Zamora, informou que os laboratórios de produção no país comercializam a droga para os cartéis.
“Existem grupos ilegais que protegem o narcotráfico com armamento e equipamento”, disse Zamora após o evento. “O narcotráfico no país aumentou e criou raízes.”