Um dia antes, Maduro disse que os líderes fugitivos da guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) são bem-vindos ao seu país, suscitando as críticas e o repúdio do ministro das Relações Exteriores da Colômbia, Carlos Holmes Trujillo.
Duque disse na China que Maduro cometeu “a burrice” de proteger os ex-guerrilheiros Seuxis Paucias Hernández, mais conhecido como Jesús Santrich, e Luciano Marín Arango, vulgo Iván Márquez.
“Vemos que ele não apenas vêm acolhendo os terroristas colombianos há muitos anos, mas que mais uma vez confirma que a Venezuela é um santuário para terroristas e narcotraficantes”, disse Duque.
O presidente colombiano realizava uma visita oficial à China, um dos países que reconhece Maduro como presidente legítimo da Venezuela, diferentemente de mais de 50 outros países, entre eles os Estados Unidos e a Colômbia.
“Ali se encontram os líderes do Exército de Libertação Nacional; agora, alguns dos cabeças das dissidências das FARC estão lá também e, sem dúvida alguma, Santrich também se encontra sob a proteção desse regime ditatorial”, disse Duque.
Santrich e Márquez participaram, em Cuba, da negociação de paz entre o governo do ex-presidente Juan Manuel Santos e as FARC, para pôr fim a um conflito de mais de meio século, que deixou 260.000 mortos e milhões de desalojados.
Márquez desapareceu em meados de 2018 sem assumir seu papel de congressista, enquanto Santrich tomou posse como legislador em junho de 2019, após recuperar a liberdade no meio de um processo onde é acusado de envolvimento em um plano para enviar para os Estados Unidos 10 toneladas de cocaína, avaliadas em US$ 320 milhões.
Santrich desapareceu no final de junho e, dias depois, não atendeu a uma citação na Corte Suprema de Justiça, como parte de uma investigação do processo, motivo pelo qual o tribunal ordenou sua prisão. Antes de desaparecer, o fugitivo e ex-negociador das FARC negou as acusações contra ele e disse que tudo se tratava de uma “armação”.
“Creio que mais uma vez ele cometeu o grande erro que fez com que o considerassem ainda um protetor do terrorismo e, perante os olhos do mundo, isso é mais um incentivo para que se fortaleça o cerco diplomático e que cesse rapidamente o flagelo contra o povo venezuelano”, concluiu Duque.
(Com informações da Reuters)