Com o objetivo de aumentar a interoperabilidade, forças dos Estados Unidos e do Brasil se reuniram na Amazônia brasileira para realizar o exercício Southern Vanguard 24, de 1º a 16 de novembro.
Durante duas semanas, os soldados do Exército dos EUA e seus homólogos brasileiros realizaram operações de ataque aéreo, operações urbanas e familiarização com armas no terreno acidentado da selva. O exercício, que reuniu 294 membros do Exército dos EUA e 1.200 do Exército Brasileiro (EB), em cidades de dois estados do norte do país, Pará e Amapá, tem como objetivo melhorar a prontidão combinada entre as forças participantes.
“O treinamento de sobrevivência é importante para que nós possamos ter a selva sempre como nossa aliada. E, para nós, é uma honra muito grande receber o Exército dos EUA aqui conosco, trabalhar junto e mostrar um pouco do trabalho que nós fazemos aqui na região amazônica, dos nossos treinamentos em área de selva. Esse trabalho permite que nossos exércitos mantenham a interoperabilidade, que estejamos sempre trabalhando juntos, construindo um mundo melhor, em função dos nossos treinamentos militares”, disse o Coronel Rodrigo Ribeiro, comandante do 2º Batalhão de Infantaria de Selva do EB, nas redes sociais do EB.
O Southern Vanguard deste ano, um exercício anual patrocinado pelo Comando Sul dos EUA nos níveis operacional e tático, contou com a participação de soldados do Exército Sul dos EUA (ARSOUTH), da 101ª Divisão Aerotransportada, do 7º Grupo de Forças Especiais, da 1ª Brigada de Assistência às Forças de Segurança e da Guarda Nacional dos EUA e Guarda Nacional do Exército de Nova York, parceiro estadual do Brasil.

“A Amazônia oferece um excelente local para treinar e preparar pessoal para responder a uma crise ou contingência. Aprender com o Exército Brasileiro sobre como eles operam nesse ambiente implacável, nos permite aprender o básico para operar e sobreviver na selva”, disse em um comunicado o Departamento de Relações Públicas do ARSOUTH.
Esta é a segunda vez, desde sua criação em 2021, que as nações parceiras se reúnem aqui no Brasil para o Southern Vanguard, que está ocorrendo em conjunto com o exercício rotativo anual de operações combinadas (CORE) 23 do Brasil, coordenado pelo Comando Militar do Norte (CMN). O Exercício CORE é resultado de um programa de cooperação, assinado entre Brasil e Estados Unidos, que estipula exercícios bilaterais anuais até o ano de 2028.
Em uma primeira fase, militares brasileiros do 2º Batalhão de Infantaria de Selva ministraram um curso de sobrevivência e combate na selva para seus homólogos dos EUA. Durante as instruções, os militares norte-americanos viveram uma imersão no calor e umidade da floresta e tiveram a oportunidade de conhecer sabores típicos da flora amazônica, com frutas e raízes que servem como fontes de energia em situações de sobrevivência na selva, além da rica biodiversidade local.
Os militares norte-americanos foram instruídos em como encontrar os melhores locais, materiais e técnicas para construir abrigos na selva amazônica, com o uso de espécies vegetais locais, além de maneiras de locomoção e patrulhamento na mata, orientação e técnicas fluviais.
Outro ponto alto do exercício foi a realização do Painel A Mulher nas Forças Armadas, em Macapá, no estado do Amapá, reunindo militares convidados, especialistas de ambos os países, para tratar dos pontos mais relevantes sobre o ingresso das mulheres em carreiras militares.
O ponto crucial do exercício foi realizado nos municípios de Ferreira Gomes, Oiapoque e no distrito de Clevelândia do Norte, no extremo norte do Amapá, com a realização de ações de assalto aero móvel com helicópteros do EB e operações em ambiente de selva.
“Esta oportunidade aumenta as capacidades e a prontidão das forças militares dos EUA e do Exército Brasileiro à medida que continuamos a desenvolver nossa prontidão mútua. Fortalecer o relacionamento com o Exército Brasileiro por meio deste exercício de treinamento bilateral terá efeitos duradouros para melhorar nossa prontidão combinada com uma nação parceira valiosa”, afirmou em um comunicado o ARSOUTH. “Com seus militares altamente capazes servindo como modelo de profissionalismo, o Brasil é peça-chave no aumento da segurança na região. As forças militares dos EUA e do Brasil operam juntas desde a década de 1940, quando militares americanos e brasileiros lutaram lado a lado durante a Segunda Guerra Mundial”, concluiu o comunicado.