O governo dos EUA destinou mais de US$ 12 milhões nos últimos dois anos em apoio de assistência à segurança da República do Panamá, através do Departamento de Assuntos Internacionais contra o Narcotráfico e Aplicação da Lei (INL) da Embaixada dos EUA, informa um comunicado da sede diplomática.
“O apoio do governo dos EUA aumenta a capacidade de nossas forças públicas na luta contra o crime organizado”, disse à Diálogo, em 23 de abril, Severino Mejía, coordenador de Projetos e Programas de Segurança, ligado ao governo do Panamá. “É essencial que a luta contra as organizações criminosas transnacionais e domésticas continue em conjunto entre os dois países.”
A ajuda, entre outras, inclui tecnologia, equipamentos, treinamento, serviços de comunicação e infraestrutura para as instituições ligadas ao Ministério da Segurança Pública.
“As conquistas do Panamá na luta contra o narcotráfico e o crime organizado transnacional são impressionantes”, disse a embaixadora dos EUA no Panamá, Mari Carmen Aponte. “Esses resultados demonstram o profissionalismo e a dedicação de seus serviços de segurança e os benefícios de sua parceria com os Estados Unidos.
As doações incluem projetos como a reforma do posto de controle em Guabalá, província de Chiriquí, na fronteira com a Costa Rica. O Panamá também recebeu materiais para a construção de seu incinerador de drogas; a implementação de programas de prevenção de gangues, que beneficiaram cerca de 140.000 pessoas em situação de risco; a reforma de prédios para unidades de segurança; além de um apoio significativo para o Serviço Nacional de Fronteiras (SENAFRONT) e o Serviço Nacional de Migração, informa o jornal La Estrella de Panamá.
Esse apoio permite que o Ministério da Segurança Pública melhore sua capacidade de investigação para combater crimes financeiros, que foram um componente essencial para a retirada do Panamá da lista cinza da organização intergovernamental Grupo de Ação Financeira Internacional sobre Lavagem de Dinheiro (GAFI), em outubro de 2023, ressaltou Aponte.
Por sua vez, o presidente do Panamá, Laurentino Cortizo, agradeceu ao governo dos EUA por seu espírito de cooperação e boa vontade entre as duas nações, como parceiros estratégicos e comerciais ao longo da história da república.
“Graças à cooperação em diferentes áreas, as forças de segurança incrementaram sua capacidade operacional”, disse o ministro da Segurança Pública do Panamá, Juan Pino. “A cobertura das ações para proteger os espaços jurisdicionais contra organizações que operam fora da lei foi ampliada.”
Com o apoio dos EUA, foram ampliadas as operações do Centro Regional de Operações Aeronavais (Croan), que se tornou um modelo de coordenação interinstitucional na região, disse Pino.
“A prova palpável do apoio dos EUA e os resultados obtidos pelo Panamá indicam claramente que o trabalho em equipe é uma condição fundamental”, acrescentou Mejía. “Não apenas as metas planejadas são alcançadas, mas os efeitos da violência e os problemas de saúde pública resultantes dela são mitigados.
Em 11 de janeiro, Pino e Aponte inauguraram a Unidade de Análise e Perfil de Proteção de Fronteiras, para fornecer informações sobre as ameaças à segurança das fronteiras na região, especialmente terrorismo, tráfico de pessoas, narcotráfico e comércio ilícito, informou o Ministério.
Em apenas três meses, essa unidade gerou 1.148 relatórios sobre ameaças à segurança, incluindo traficantes de drogas, assassinos, falsificadores de documentos e alertas sobre casos pendentes, informou Panama Hoy.
O Programa de Compartilhamento de Dados Biométricos, reforçado pelos EUA em março, traçou o perfil de quase 24.000 pessoas, permitindo a prisão de criminosos procurados pela Interpol. Com a criação da Força-Tarefa Conjunta contra Lavagem de Dinheiro e Corrupção, criada em 2020 entre os dois países, somente em 2024 foram realizadas 25 operações; 215 procedimentos de busca; 188 criminosos detidos e mais de US$ 13 milhões apreendidos, escreve La Estrella de Panamá.
Com o objetivo de reforçar a segurança nas fronteiras com a Costa Rica e a Colômbia na luta contra o tráfico de pessoas e de drogas, os Estados Unidos doaram mais de 60 veículos militares para o SENAFRONT e o Serviço Nacional Aeronaval do Panamá. Esse equipamento também é usado em operações antiterrorismo em zonas de fronteira e áreas remotas, de acordo com o site Eco.
Por outro lado, a capacitação e o suporte das habilidades das forças de Segurança do Panamá foram realizados por meio do curso de tripulação de embarcações especiais e do curso de sobrevivência no mar, da Força Marítima Conjunta do Panamá.
As autoridades panamenhas destacaram a cooperação que existe entre os Estados Unidos e o Panamá, especialmente na luta contra as ameaças à segurança na região. “Isso permitiu que o Panamá fortalecesse sua estratégia de segurança terrestre e marítima, tornando-se um dos aliados na região com maior capacidade de conter o tráfico ilícito de pessoas e drogas e as organizações criminosas transnacionais”, observou Pino.