A 1ª Conferência Multilateral de Fronteiras foi realizada entre os dias 22 e 24 de abril de 2019, em Bogotá, Colômbia, organizada pelo Comando Geral de Forças Militares da Colômbia e com o apoio logístico do Comando Sul dos EUA (SOUTHCOM). Representantes das forças militares do Brasil, Colômbia, Equador, Estados Unidos e Peru se reuniram para intercambiar informações e experiências sobre o combate às ameaças transnacionais comuns nas zonas de fronteiras, o balanço das operações conjuntas e a definição de novas ferramentas.
Antes do início da conferência, o Almirante de Esquadra da Marinha dos EUA Craig S. Faller, comandante do Comando Sul dos Estados Unidos, e o presidente da Colômbia Iván Duque tiveram um encontro com enfoque na cooperação para incrementar o combate ao narcotráfico. “O governo da Colômbia é o aliado prioritário em segurança na luta contra o narcotráfico e o crime transnacional”, disse à imprensa o Alte Esq Faller. “Nosso compromisso é aumentar a erradicação dos cultivos ilícitos, as apreensões e a perseguição aos narcotraficantes”, acrescentou Duque.
As delegações foram presididas pelo General de Brigada do Exército José Pereira, subdiretor de Operações Conjuntas do Ministério da Defesa do Brasil; General de Brigada do Exército Roque Moreira, chefe do Comando Conjunto das Forças Armadas do Equador; General-de-Exército Cesar Astudillo, chefe do Comando Conjunto das Forças Armadas do Peru; e General de Brigada do Exército Luis Fernando Navarro Jiménez, comandante geral das Forças Militares da Colômbia.
Capacitação como ferramenta de luta
Entre os temas abordados, além da luta contra o narcotráfico, estiveram as ameaças comuns como mineração ilegal, migração irregular de pessoas e tráfico de armas e munições. Os militares revisaram o resultado das operações conjuntas das forças armadas em 2018 em cada uma das fronteiras, para avaliar o desempenho das estratégias utilizadas.
“É necessário identificar as áreas críticas e reforçar a segurança contra as ameaças sobre as nossas áreas fronteiriças, especialmente em relação ao narcotráfico”, disse o Gen Bda Navarro. “Precisamos fortalecer os mecanismos de intercâmbio de informação e rastreamento das zonas. O narcotráfico é a maior ameaça comum. Temos que avançar nas operações e nas ações que transcendam as operações de maior controle na área do Caribe e da América Central.”
Venezuela e a segurança regional
A questão da crise na Venezuela com suas implicações na segurança das fronteiras e na migração de milhões de venezuelanos para os países do continente, principalmente para Colômbia, Brasil, Equador e Peru, preocupa e envolve os governos da região. “A falta de controle nas fronteiras, a falta de determinação para combater os crimes transnacionais, a falta de vontade para combater o narcotráfico e a falta de controle por parte dos detentores da autoridade na Venezuela são uma realidade que cria sérios problemas de insegurança na fronteira com esse país e afeta os países vizinhos”, finalizou o Gen Bda Navarro.