Os problemas ligados aos serviços básicos na Venezuela se acentuaram no decorrer de 2019, afirmam venezuelanos consultados pela Voz da América (VOA), que falaram sobre as consequências de viver em um país que enfrenta uma crise que, em sua opinião, destruiu os serviços públicos, como os de água potável, energia elétrica, coleta de lixo e gás doméstico.
Durante 2019, a crise dos serviços públicos na Venezuela, segundo os residentes, ultrapassou os limites das soluções pontuais ou conjunturais. A crise se tornou, afirmam, um problema estrutural que requer que seja orquestrada uma série de políticas que permitam restabelecer o rumo correto da prestação de serviços.
Antonia Arraneo, de 80 anos de idade e 60 deles no país, mostrou seu descontentamento por não ter serviços de água há mais de um mês.
“Eles anunciam que estão trabalhando para fornecer água, mas a situação está pior agora, e eu pergunto ao governo: para onde estão mandando a água? Porque toda a Venezuela está sofrendo com [a falta de] água”, afirmou Arraneo.
Outros cidadãos ressaltam que 2019 foi o ano mais complexo em termos de serviços e que atualmente os direitos dos cidadãos estão sendo violados.
“Os serviços públicos não prestam, nenhum deles, e não apenas neste ano [2019]. Obviamente, se falamos deste ano, a situação está mais crítica, a coisa está pior, mas há anos os serviços de iluminação, água, gás doméstico etc. vêm se deteriorando”, afirma Libardo Rodríguez, um dos cidadãos consultados.
Silvia Serrano, que também foi entrevistada, disse que “todos os venezuelanos merecemos receber bons serviços. Aqui a energia elétrica baixa e sobe: nossos refrigeradores se queimam, nossas lavadoras se queimam. Como é possível que em pleno centro de Caracas, a duas ou três quadras do palácio de Miraflores, não tenhamos bons serviços?”