O Plano de Ação Conjunta de Segurança Regional é um dos programas de maior alcance realizados pelos Estados Unidos com apoio da Colômbia.
O Plano de Ação Conjunta de Segurança Regional (USCAP, em inglês) é um acordo de cooperação entre a Colômbia e os Estados Unidos firmado durante a visita do ex-presidente americano Barack Obama à Cúpula das Américas em Cartagena, Colômbia, em abril de 2012. O presidente Obama e o então presidente colombiano Juan Manuel Santos decidiram trabalhar em conjunto para prestar assistência em segurança aos países aliados e fortalecer a luta contra o problema mundial das drogas e o crime transnacional. O plano incluiu o fortalecimento de capacidades militares e policiais através do intercâmbio e da promoção de experiências, técnicas, táticas e procedimentos que permitiriam a todos os países fazer frente à insegurança que ameaça a estabilidade da região.
Depois da criação do Plano de Ação, a partir de 2013, foi decidido que haveria também cooperação com Panamá, El Salvador, Guatemala e Honduras. A partir de 2014, Costa Rica e República Dominicana foram incluídas. Até o momento, a Colômbia já capacitou quase 4.000 membros das forças pública e militar dos países participantes. Espera-se que nos próximos anos esse número aumente com a adesão de outras nações.
Colômbia, exemplo regional
Para a Colômbia, capacitar e apoiar o trabalho de fortalecimento da segurança e a legitimidade dos demais países do hemisfério é um fator positivo. O país não é apenas considerado o principal aliado dos Estados Unidos na região, mas também tem a oportunidade de exportar o conhecimento e as capacidades adquiridos em décadas de treinamento e capacitação.
Para as Forças Militares da Colômbia, é de vital importância contribuir para a luta contra as ameaças transnacionais através da transferência de conhecimentos aos países aliados participantes do USCAP. “As capacidades diferenciais adquiridas pelas Forças Militares da Colômbia durante mais de 50 anos de luta ininterrupta contra o terrorismo e o narcotráfico nos permitem compartilhar essa experiência. Fortalecemos nossos laços de cooperação e confiança mútua sob o conceito de segurança cooperativa. Ao mesmo tempo, ajudamos os países beneficiários do USCAP a atingir os níveis de interoperabilidade na luta contra as ameaças emergentes”, disse o Coronel Juan Carlos Mazo, diretor do Escritório de Relações Internacionais do Comando Geral das Forças Militares da Colômbia.
É importante ressaltar que os Estados Unidos, nas últimas décadas, realizaram um esforço considerável para aumentar a estabilidade regional; por isso a Colômbia representa o caso mais bem-sucedido com esse propósito. “O profissionalismo e as capacidades das Forças Militares da Colômbia não apenas ganharam o respeito dos colombianos, mas também o respeito e a admiração de outras nações parceiras na região. Os Estados Unidos sabem que apoiar a Colômbia a exportar seus conhecimentos representa logicamente o passo seguinte para compartilhar nossa meta comum de melhorar a estabilidade da região”, declarou Kevin Staley, diretor da Divisão de Cooperação em Segurança do Comando Sul dos EUA (SOUTHCOM), sob a qual se encontra o programa USCAP.
Para Staley, o SOUTHCOM integrará outros países amigos ao programa. Ele afirma que “queremos que a Colômbia amadureça essa exportação junto com os Estados Unidos para sincronizarmos os esforços de segurança nas Américas. Além disso, coordenamos com o Ministério da Defesa colombiano uma mudança no enfoque do programa para algo mais estratégico que operacional. Ainda que continuemos com as capacitações em nível tático, queremos equilibrar os três níveis para satisfazer as necessidades dos países pertencentes ao programa.”
Impacto operacional
Na última conferência de planejamento do USCAP, em dezembro de 2018, na Cidade da Guatemala, Guatemala, o Tenente-Coronel do Exército de Honduras César Rodríguez disse que “o treinamento oferecido pela Colômbia através do USCAP ajuda a aumentar as apreensões de carregamentos de cocaína que vão para os Estados Unidos passando por Honduras.”
Desde que começaram as capacitações em 2013, até 2018, as Forças Armadas de Honduras já apreenderam 33 toneladas de entorpecentes, o que equivale a quase US$ 600 milhões. Essa cifra, somada aos resultados obtidos pelos demais países participantes, mostra que o trabalho conjunto e coordenado contribui para o sucesso operacional que todas as nações almejam ter, depois de receberem um treinamento como o da USCAP.
O futuro da USCAP
O objetivo do Plano USCAP a médio e longo prazo é continuar as capacitações nos três níveis: estratégico, operacional e tático para os países membros, bem como fortalecer a metodologia de “instrutor de instrutores”, que permite multiplicar os conhecimentos adquiridos através da geração de novas capacidades em adestramento. O projeto para os próximos anos é vincular nações que tenham desafios de segurança similares aos dos membros atuais.