Os gigantes das redes sociais, as empresas de telecomunicações e os governos europeus se uniram para impedir a difusão de desinformação dos meios de comunicação estatais do Kremlin, em meio à invasão da Rússia à Ucrânia.
Na América Latina, a empresa estatal de telecomunicações do Uruguai, Antel, suspendeu o sinal da cadeia de televisão russa RT (antes conhecida como Russia Today) de sua principal plataforma, Vera TV, no início de março de 2022
“Acabamos de dar instruções para que seja imediatamente suspensa a emissão na Vera TV do sinal russo RT”, disse o presidente da Antel, Gabriel Gurméndez, em sua conta no Twitter, no dia 1º de março. Gurméndez explicou a decisão por considerar a RT um “canal a serviço da propaganda, que justifica a violenta invasão militar da Rússia à Ucrânia, ação condenada por nosso país”.
Na Costa Rica, o Sistema Nacional de Rádio e Televisão (Sinart) e a difusora a cabo Movistar anunciaram, no dia 3 de março, a suspensão da RT em seus diferentes canais, informou o jornal equatoriano La Nación.
“O sistema de meios públicos de comunicação da Costa Rica defende os valores mais preciosos de nossa democracia bicentenária: a paz, o desarmamento, a defesa dos direitos humanos de todas as pessoas […]”, disse Boris Ramírez, presidente executivo do Sinart, em um comunicado.
Europa
Enquanto a Antel suspendia o sinal da RT no Uruguai, os países da União Europeia (UE) também proibiam a transmissão da RT e do Sputnik.
“A manipulação sistemática da informação e da desinformação por parte do Kremlin é utilizada como uma ferramenta operacional no seu ataque à Ucrânia”, afirmou o chefe de política exterior da UE, Josep Borrell, em um comunicado. “Também é uma ameaça significativa e direta à ordem pública e à segurança da União”, completou Borrell.
Com a sanção, os operadores da UE não podem transmitir, facilitar ou contribuir de outro modo à difusão de qualquer conteúdo da RT ou do Sputnik. Antes da decisão da comunidade europeia, o Google tinha bloqueado as emissões da RT e do Sputnik no YouTube na Europa, informou o jornal uruguaio El País. “A empresa explicou em sua conta no Twitter que suas equipes de especialistas ‘seguirão de perto’ a situação para adotar ‘medidas rapidamente’”, acrescentou El País.
Pouco depois, o Reino Unido seguiu esse exemplo, optando por proibir a RT, alegando ser incapaz de proporcionar uma cobertura imparcial da guerra na Ucrânia, informou a CNN.
“A liberdade de expressão é algo que prezamos ferozmente nesse país, e a faixa para atuar sobre a radiodifusão está, com razão, muito alta”, disse Melanie Dawes, diretora-geral do Ofcom, organismo regulador dos meios de comunicação do Reino Unido, em um comunicado do dia 18 de março. “Após um processo de regulação independente, hoje determinamos que a RT não está apta para ter uma licença no Reino Unido. Em consequência, revogamos a licença de transmissão da RT no Reino Unido.”