Oposição Marcha Em Caracas Em Favor Do “NÃO†À Emenda Sobre Reeleição
Por Dialogo fevereiro 09, 2009
Milhares de pessoas marcharam no sábado na capital da Venezuela para dar respaldo à opção pelo “NÃO” no referendo de 15 de fevereiro sobre uma emenda à Constituição, promovida pelo governo, que permitiria a reeleição sem limites. Aos gritos de “Não é não”, a manifestação, convocada pelos principais partidos de oposição e pelo movimento estudantil, percorreu cerca de 18 quilômetros desde a Redoma de Petare, no leste de Caracas, até o final da avenida Libertador, no centro da cidade, confirmaram jornalistas da AFP. “Estou com o “NÃO” porque não quero que o presidente permaneça no poder depois de 2012. Ele quer monopolizar tudo, e é preciso dar oportunidade a outras pessoas”, disse Rolando González, um operário residente em Catia, região populosa situada no oeste da capital venezuelana. Por sua vez, Luisana Blanco, uma jovem mãe trabalhadora, expressou seu repúdio à reeleição ilimitada “porque nos demos conta de que não podemos mais continuar nesse caminho, e que devemos nos unir, visto que somos todos venezuelanos”. “O presidente Chávez está no poder há 10 anos e não fez nada, não temos trabalho nem segurança”, queixou-se Jesús Alvarado, que se deslocou do estado de Guárico (no centro) para apoiar a passeata. A manifestação da oposição contou com a proteção de cerca de 2.500 oficiais de polícia e transcorreu sem incidência de violência. Os líderes da oposição reconheceram o gesto do presidente Hugo Chávez, que na véspera conversou por telefone com um dos promotores da manifestação para encorajá-lo a “fazer sua marcha em paz”. “Ontem, pela primeira vez, o presidente teve uma atitude de unidade à frente do país (...) e disse que hoje não haveria violência; e hoje não houve violência. Isso demonstra que a violência parte de lá, porque nós queremos uma Venezuela de amor, paz e progresso”, sustentou Manuel Rosales, prefeito de Maracaibo, que se candidatou à presidência nas eleições de 2006. O governo defende a mudança de cinco artigos da Constituição venezuelana de 1999, o que permitiria que o presidente Hugo Chávez e todos os que ocupam cargos originários das urnas fossem reeleitos sem limite de mandatos. A oposição classifica a iniciativa como “atraso” e como desculpa para que o presidente Hugo Chávez se perpetue no cargo e concentre mais poder em suas mãos. Seus líderes lembraram ainda que a questão da reeleição ilimitada já esteve incluída em um projeto de reforma da Carta Magna motivado pelo governante e impugnado no referendo de dezembro de 2007.
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