Militares da Força-Tarefa Conjunta Bravo (JTF-Bravo, em inglês), componente do Comando Sul dos Estados Unidos (SOUTHCOM), representantes do Laboratório de Monitoramento de Patrimônio Cultural do Museu de História Natural da Virgínia, EUA, do Instituto Hondurenho de Antropologia e História (IHAH) e as Forças Armadas de Honduras realizaram um intercâmbio para aprender a identificar lugares de patrimônio cultural nas Ruínas de Copán, entre os dias 7 e 11 de março de 2022, informou o IHAH em um comunicado.
“Esse intercâmbio ajudará os parceiros hondurenhos a identificar e preservar os sítios de importância histórica durante eventos de desastres e em suas operações de rotina em todo o país”, disse a Embaixada dos EUA em Tegucigalpa.
Como resultado desse intercâmbio, os militares hondurenhos desenvolveram suas capacidades para identificar sítios arqueológicos, proteger o patrimônio cultural e a gestão de risco de desastres na América Central, explicou o IHAH.

Os participantes também aprenderam os princípios de avaliação de impacto no patrimônio cultural; técnicas e equipamentos de campo; triagem, proteção e estabilização do sítio; coleta de dados e análise geoespacial; e avaliação de ordens de operação.
O trabalho em equipe se tornou visível na avaliação conjunta no Grupo Principal do Parque Arqueológico Copán e em sítios arqueológicos de Ostumán e Las Mesas, acrescentou o IHAH.
Parceiros estratégicos
Em Copán, encontram-se não apenas as ruínas, mas também é ali que o crime transnacional trafica entorpecentes através da fronteira porosa com a Guatemala, informa o portal InsightCrime, uma organização de investigação e jornalismo especializado em crime organizado na América Latina e no Caribe.
Esse treinamento permitirá que os militares hondurenhos operem na região sem prejudicar ou alterar os restos naturais, históricos e culturais, disse a JTF-Bravo em um comunicado.
Como parte do compromisso do SOUTHCOM de ajudar a preservar o patrimônio cultural de seus parceiros, em agosto de 2021, o Exército dos EUA compartilhou no departamento de Olancho sua experiência com os militares hondurenhos sobre as diferentes características para identificar um sítio de valor arqueológico potencial, informou a JTF-Bravo. Além disso, destacou que Olancho tem antecedentes históricos que remontam a antes do ano 3.000 a.C.
“Para nós, como militares, esse treinamento é atípico, mas foi interessante entrar em um campo novo […]; muitas vezes, nem sequer sabemos onde estamos parados”, disse o Capitão Alexander Aguilar, do Exército de Honduras, que participou da capacitação de 2021, informou a JTF-Bravo.
Repercussões
Os impactos e perdas de patrimônio devido a desastres têm importantes repercussões em diferentes níveis. Esses impactos afetam a economia e os meios de subsistência, ressalta o relatório Gestão de risco de desastres e patrimônio cultural na América Central, do Banco Mundial. Na América Central, o patrimônio cultural tanto tangível como intangível, além de fazer parte da identidade das comunidades, é um motor importante para o turismo, explicou.
Em 2020, por causa dos furacões Eta e Iota, que atingiram Honduras durante duas semanas, as Ruínas de Copán sofreram inundações por enchentes dos rios, ressalta na internet o Banco Interamericano de Desenvolvimento. O sítio arqueológico ficou incomunicável devido à destruição de 80 por cento da rede viária, informou o jornal Hoy Mismo, de Honduras.
“Após a devastação deixada por Eta e Iota, o IHAH sentiu a necessidade de fortalecer as capacidades das organizações que colaboram com eles para a proteção do patrimônio natural e cultural, especificamente durante as operações de resposta a desastres, o que torna os militares norte-americanos aliados ideais para essa parceria”, finalizou a JTF-Bravo.