O Suboficial do Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA Jerome N. Root, suboficial sênior líder de comando, que pertence ao Comando de Operações Especiais, Sul (SOCSOUTH, em inglês), falou com Diálogo durante o Seminário de Líderes Seniores, realizado durante o Fuerzas Comando 2019, de 24 a 28 de junho, em Santiago, Chile, onde ele compartilhou suas perspectivas quanto ao desenvolvimento profissional dos suboficiais e às parcerias na região, para tratar dos objetivos em comum.
Diálogo: Como o senhor vê a evolução do papel do suboficial ao longo dos anos?
Suboficial do Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA Jerome N. Root, suboficial sênior líder de comando, do Comando de Operações Especiais, Sul: A evolução do papel do suboficial sênior líder de comando cresceu exponencialmente ao longo dos anos. Eu tenho o título de suboficial sênior líder de comando porque nós trabalhamos em um ambiente conjunto e multinacional com vários postos diferentes para suboficiais seniores líderes. Sinto que agora há um protagonismo maior na tomada de decisões, nos momentos críticos, para auxiliar seu comandante com uma avaliação imparcial.
Diálogo: Por que é importante se concentrar no desenvolvimento profissional dos suboficiais?
SO Root: Ainda existe uma crescente necessidade de desenvolvimento profissional através de uma educação avançada baseada no papel dos suboficiais. Como executores e espinha dorsal das forças armadas, nós operacionalizamos o objetivo do comandante. Precisamos que os comandantes de todas as categorias nos apoiem em nosso desejo de ter uma educação mais elevada, para que possamos servir melhor a eles e às tropas que nos sejam confiadas.
Diálogo: Por que é importante que os suboficiais da América Latina e do Caribe trabalhem juntos com os mesmos objetivos?
SO Root: Nós todos precisamos trabalhar com objetivos comuns. É importante porque, ao fazermos isso, podemos desenvolver uma melhor interoperabilidade, uma compreensão compartilhada, e isso nos torna mais efetivos. Não será possível fortalecer nossas parcerias, combater ameaças e formar nossa equipe se não compartilharmos os mesmos objetivos para a região.
Diálogo: Como o SOCSOUTH contribui para o desenvolvimento dos suboficiais na América Latina?
SO Root: O SOCSOUTH contribui para o desenvolvimento dos suboficiais impulsionando as instituições do Comando de Operações Especiais dos EUA, tais como a Universidade de Operações Especiais Conjuntas (JSOU, em inglês) e a Escola Naval de Treinamento Técnico e Instrução em Embarcações Pequenas (NAVSCIATTS, em inglês). Nós também oferecemos cursos de formação mais amplos para suboficiais que são oficiais de ligação estrangeiros e instrutores internacionais, os quais antes estavam reservados somente para oficiais. Continuamos empreendendo nossos esforços para enviar nossos suboficiais líderes seniores parceiros das Forças de Operações Especiais (SOF, em inglês) para o curso de Assessor de Operações Especiais Conjuntas para Suboficiais Seniores da JSOU. Esse curso equivale ao curso da Academia de Subtenentes do Exército dos Estados Unidos, colocando nossos suboficiais de SOF na liderança em cada oportunidade.
Diálogo: Quais são os tipos de intercâmbios que o SOUTHCOM realiza com os suboficiais na América Latina?
SO Root: Os intercâmbios para desenvolvimento dos suboficiais são realizados em seminários de duas a três semanas em dois níveis (básico e avançado). Esses seminários atualmente só estão disponíveis na Colômbia. Estamos tentando realizá-los em outros países, mas isso requer um compromisso e o desejo do país de desenvolver suboficiais especificamente para as SOF. Esses intercâmbios não são realizados apenas para o operador, mas também para cada especialidade que dá apoio às SOF (viabilizadores e apoio de serviço) e preenchem nossas formações.
Diálogo: Quanto ao estudo de idiomas e intercâmbios internacionais, o senhor os considera fundamentais para o progresso da carreira de suboficiais?
SO Root: São extremamente importantes, fundamentais para o progresso da carreira de suboficial. Como Forças de Operações Especiais dos EUA, realizamos um grande trabalho ao nos comunicarmos no idioma nativo de nossos parceiros. Nossos parceiros também devem aprender inglês. Isso nos aproxima e permite que eles tenham mais oportunidades de frequentar os cursos de treinamento e os cursos educacionais do USSOCOM [Comando de Operações Especiais dos EUA], bem como facilita uma integração melhor entre as forças multinacionais, onde o idioma padrão é o inglês.