Às vezes, nem mesmo toda a desinformação ou fake news é capaz de mudar a opinião pública. Esse é o caso dos assassinatos cometidos pelas tropas russas na cidade de Bucha, localizada a 15 milhas a noroeste de Kiev, que o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, classificou como o pior massacre ocorrido na Europa desde a Segunda Guerra Mundial. O ministro acrescentou em uma entrevista para a agência de notícias Interfax que “centenas de corpos foram coletados”.
Diante da impossibilidade de usar o cemitério municipal, devido ao contínuo bombardeio, 280 cadáveres foram enterrados em uma vala comum, disse Anatoli Fedoruk, prefeito de Bucha, que tem cerca de 35.000 habitantes. “Alguns corpos estavam jogados na calçada, outros ao lado do seu carro ou bicicleta”, disse o prefeito em um vídeo difundido pelo Facebook. Os soldados russos “exterminaram famílias inteiras, incluindo crianças, mulheres, avós, homens, declarou.
A descoberta de centenas de cadáveres de civis executados sumariamente após a retirada russa de Bucha chocou a Ucrânia e o mundo, informou a agência de notícias EFE. As imagens da mídia não deixam dúvida sobre a dimensão do massacre do qual a Rússia nega toda a responsabilidade, de acordo com o relatório.
O Carniceiro de Bucha
Apesar da negação do massacre por parte do Kremlin, a identidade do homem responsável por tal atrocidade já é conhecida. O chamado Carniceiro de Bucha é o Tenente-Coronel Omurbekov Azatbek Asanbekovich, do Exército da Rússia, segundo informou o site InformNapalm, dedicado a cobrir a guerra russo-ucraniana e as atividades dos serviços especiais russos.
Azatbek Asanbekovich estava a cargo das tropas russas que se retiraram da cidade em 31 de março de 2022, deixando cadáveres de civis espalhados pelas ruas, ou em valas comuns, executados com tiros na nuca e com as mãos atadas nas costas, noticiou o jornal argentino Clarín.
As autoridades de Kiev reagiram com horror às descobertas em Bucha, que, segundo dizem, tinham como objetivo eliminar o maior número possível de civis, e exortaram os governos europeus a redobrar a pressão sobre Moscou, informou o site Swissinfo.ch.
Embora tudo tenha sido apresentado ao público por vários meios de comunicação, a Rússia continua negando que suas tropas assassinaram cidadãos em Bucha e afirma que todas as fotografias e vídeos publicados pela mídia não passam de uma “provocação”.