A República Dominicana reforçou suas fronteiras contra o crime transnacional com tropas do Exército, da Marinha e da Força Aérea, que se integraram à Força-Tarefa Cerco Fronteiriço (FTCF), um grupo de elite criado para fortalecer a segurança e deter o tráfico de drogas e o contrabando de mercadorias.
A unidade agora tem mais postos de controle e um maior número de patrulhamentos. Segundo a Direção Nacional de Controle de Drogas (DNCD), graças aos esforços interagenciais, o país conseguiu confiscar mais de 30 toneladas de drogas em 2019.
“Garantimos a segurança e o controle nas fronteiras, aumentando os postos de verificação, bem como os patrulhamentos de curto e longo alcance, em coordenação com a FTCF e as demais agências governamentais”, disse à Diálogo o General de Divisão do Exército da República Dominicana Rubén Darío Paulino Sem, ministro da Defesa. “As zonas de fronteira estarão protegidas as 24 horas do dia.”
A FTCF nasceu em meados de 2018 e atualmente conta com 1.200 membros para proteger 1.600 quilômetros de fronteira terrestre e marítima. “Essa unidade,
coordenada pelo Exército, está dividida em três grandes equipes: Alfa, Bravo e Charlie. O pessoal é renovado a cada 21 dias”, disse à Diálogo o General de Brigada Estanislao Gonell Regalado, comandante geral do Exército da República Dominicana. “O trabalho interagencial é essencial, por isso integramos agentes da Direção Central Antinarcóticos, da Polícia Nacional Civil.”

As redes do narcotráfico que utilizam o mar do Caribe operam de forma distinta daquelas que usam o Oceano Pacífico. “Aqui não é muito comum ver semissubmersíveis; a maior parte da droga viaja em embarcações ultra rápidas ou chega através dos cais”, informou à Diálogo o General de Brigada do Exército Santo Domingo Guerrero Clase, diretor de Operações Conjuntas do Ministério da Defesa da República Dominicana. “A maconha entra pelo oeste, procedente dos países caribenhos, e a cocaína pelo sul, vinda da Venezuela e da Colômbia. Isso ocorre porque estamos entre os países mais próximos dos Estados Unidos e da União Europeia por via marítima.”
A FTCF é distribuída em grupos de tarefas interagenciais que cobrem todas as províncias da zona territorial e “contam com equipamentos e infraestrutura de ponta para combater a criminalidade”, acrescentou o Gen Bda Gonell. “Por exemplo, no município de Enriquillo, no sudeste da ilha, construímos um porto e um heliporto de alta tecnologia para as operações marítimas e aéreas.”
As forças interagenciais também trabalham em outras sete cidades. “Entretanto, Enriquillo é uma referência na organização e modernização dos postos de controle e interdição, no combate e repressão dos atos ilícitos, especialmente do narcotráfico”, acrescentou o Gen Div Sem.
No dia 20 de janeiro, a DNCD desarticulou entre as cidades de Boca Chica e La Romana, província de Santo Domingo, uma rede de narcotráfico internacional dedicada ao recrutamento de estrangeiros para usá-los como mulas. No dia seguinte, a corporação realizou operações em 212 localidades, onde deteve 323 pessoas e confiscou drogas, armas e veículos.
“Reconhecemos o apoio constante que recebemos do Comando Sul dos EUA, lembrou o Gen Bda Donell. “Em especial, por fornecer-nos equipamentos e treinamento especializado em diversas áreas, para impedir a passagem das redes do tráfico internacional de entorpecentes.”