O Grupo Especial de Ações Táticas da Polícia Boliviana realizou uma megaoperação em um aeródromo no município de Cotoca, departamento de Santa Cruz de la Sierra. Trinta e oito pessoas foram presas – 36 homens e duas mulheres –, 66 aeronaves foram apreendidas e 29 hangares foram fechados.

A intervenção ocorreu em 27 de março de 2022 no aero parque de Mondaca, informou o jornal boliviano El Deber. O ministro do governo, Eduardo del Castillo, disse que algumas das aeronaves não tinham matrículas, outras as tinham clonadas. “Os aviões também foram encontrados sem assentos, portanto presume-se que foram usados para transportar ‘avigas’ [combustível para avião] para outras pistas de pouso clandestinas ou também para o tráfico de substâncias controladas”, disse Del Castillo.
Na operação, também confiscaram tambores contendo precursores para a fabricação de drogas, cinco veículos, oito armas de fogo e equipamentos de comunicação via satélite. Quando eles foram descobertos, os que estavam no local receberam a polícia com tiros, relatou El Deber.
Três dos 38 capturados, identificados como Grover Soleto Guzmán, Ulises Ruiz Dayer e o brasileiro López da Silva Junior, têm processos de narcotráfico abertos contra eles, informou Bolivia Press.
Del Castillo lembrou ao site boliviano Página 7 que já houve uma intervenção no aero parque no final de 2019, quando sete aeronaves leves e precursores químicos para drogas foram apreendidos. Mas a investigação não pôde continuar porque foi interrompida pela autoridade nacional antinarcóticos da época, o Coronel Maximiliano Dávila, que agora está preso por narcotráfico na cadeia de San Pedro de La Paz.
O Cel Dávila supostamente colaborou com uma organização criminosa que refinava na Bolívia a cocaína produzida nos países vizinhos e de lá a exportava para vários destinos. O Cel Dávila também usava sua posição e conexões para obter acesso aos aeródromos bolivianos e, além disso, organizava a proteção para os traficantes de drogas, informou DW em janeiro de 2022.