Em 22 de julho, o Centro William J. Perry para Estudos de Defesa Hemisférica concluiu seu curso de política cibernética de 2022, Política de Segurança Cibernética nas Américas: Desafios da Análise para uma Política Estratégica, liderado pelo Dr. Boris Saavedra. O curso reforça os esforços de segurança cibernética de todo o hemisfério, fortalecendo e conectando parceiros regionais que buscam aumentar a segurança cibernética e a proteção contra ameaças às democracias. A turma foi composta por profissionais dos setores militar, público e privado, representando 11 países das Américas.
O Major-Brigadeiro Michael T. Plehn, da Força Aérea dos EUA, presidente da Universidade Nacional de Defesa, deu as boas-vindas aos participantes do curso quando chegaram a Washington, D.C., para a parte presencial. Ele compartilhou sua visão com o grupo, dizendo: “Os rápidos avanços tecnológicos e as tecnologias emergentes estão mudando não apenas a maneira como vivemos, mas também… exige que pensemos em cooperação, competição e conflito de novas formas. Devemos integrar considerações cibernéticas em todos os aspectos de planejamento e em nível estratégico.”
Prioridade da política regional

Em junho, líderes regionais participaram da 9ª Cúpula das Américas, que buscou fortalecer a cooperação em segurança cibernética entre as nações parceiras, acadêmicos, a sociedade civil, o setor privado e outras partes interessadas. Os Estados Unidos compreendem a urgência desse esforço. Nas observações principais para a turma de formandos, a secretária assistente adjunta de Defesa para Política Cibernética dos Estados Unidos, Mieke Eoyang, enfatizou a importância desse momento no campo da segurança cibernética. O domínio cibernético está “cada vez mais sob ataque de atores maliciosos, sejam eles criminosos ou Estados”, disse ela.
Na era digital, nossa segurança coletiva requer a atenção e ação não apenas dos países, mas de todo um ecossistema. “Esse ecossistema de segurança coletiva é todos nós trabalhando juntos contra aqueles que perturbariam a paz… e interfeririam na funcionalidade”, comentou Eoyang.
Ainda sobre o mesmo tópico, a secretária disse aos participantes que a educação deles e conversas colaborativas sobre como defender o domínio digital são contribuições muito importantes para nossa segurança coletiva.
Distúrbio econômico
O custo anual do crime cibernético para a América Latina e o Caribe é equivalente a US$ 90 bilhões – uma quantia considerável em dinheiro e recursos que poderiam ser concentrados em outras áreas importantes na região. Em junho de 2022, 17 países (cerca da metade) da América Latina e do Caribe tinham estratégias nacionais de segurança cibernética em vigor, de acordo com a Organização dos Estados Americanos. “As vulnerabilidades de todos os nossos países a ataques cibernéticos e os custos que poderiam ter em pesos ou vidas humanas exigem uma maior vigilância sobre o assunto”, afirmou o Dr. Paul Angelo, diretor do Perry Center.
Melhorias no curso
A pandemia da COVID-19 provocou algumas mudanças no primeiro curso de política cibernética presencial do Centro Perry desde 2019. O Dr. Saavedra, diretor do curso, observou: “Fizemos grandes esforços para implementar padrões de biossegurança, mas também fomos capazes de incorporar os avanços tecnológicos que ocorreram nos últimos dois anos, bem como duas novas metodologias de aprendizado”. O curso incluiu um exercício de simulação que envolveu o desempenho de papéis e a aplicação de conceitos complexos em um cenário de ameaça em evolução. “O exercício de simulação e uma filosofia baseada em ‘como pensar, não o que pensar’ permitiu aos participantes consolidar melhor o conhecimento adquirido na sala de aula”, disse ele.
Em geral, “o conteúdo programático e a metodologia empregada aprofundaram a compreensão dos participantes sobre a governança do ciberespaço, ampliaram sua capacidade de análise e formulação de políticas e estratégias sólidas e os prepararam para tomar decisões informadas no campo da segurança cibernética”, acrescentou o Dr. Angelo.
Criando redes de colaboração

(Foto: Viviana Edwards/Perry Center)
Dirigindo-se aos graduados em 22 de julho, o Dr. Angelo disse: “A partir desse momento, você estará em melhor posição para enfrentar os desafios futuros, apoiado por uma rede de especialistas na busca de soluções para os problemas que compartilhamos como vizinhos, amigos e parceiros”.
Horacio Javier Hernández Otaño, assessor da Diretoria de Informação do Ministério da Defesa da Argentina, conhece em primeira mão o valor da rede de ex-alunos do Perry Center. Regressando agora para fazer o curso de política cibernética, ele participou pela primeira vez do curso de Estratégia e Política de Defesa do Centro em 2018. “Havia 90 participantes, e o grupo ainda está ativo quatro anos depois”, conta ele. “É uma rede muito produtiva. O grupo colabora regularmente, compartilhando pesquisa e expertise em tempo real.”
Mariana Grilli Belinotte, doutoranda em Ciências Militares no Programa de Pós-Graduação em Ciências Militares na Escola de Comando e Estado-Maior do Exército Brasileiro, disse que apreciou “poder ver o que nossos vizinhos estão fazendo na região porque às vezes nos falta este contexto, e nos mantemos muito concentrados em nossos próprios países. O curso me ajudou a perceber quantas oportunidades temos para trabalhar juntos”.
Como observou o Major-Brigadeiro Plehn quando conversou com o grupo: “Nenhum de nós sabe tudo, mas juntos podemos compartilhar excelente conselhos e apoiar uns aos outros… Somos parceiros neste esforço”.