No dia 3 de outubro de 2021, agentes da Secretaria Nacional Antidrogas (SENAD) do Paraguai e da Polícia Federal (PF) do Brasil capturaram quatro líderes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). As ações ocorreram durante a operação conjunta Fronteira Segura 3, realizada em cidades de ambos os países.
A SENAD realizou três incursões em Pedro Juan Caballero, enquanto a PF fez oito intervenções na vizinha Ponta Porã. As detenções foram feitas simultaneamente. “Os presos foram apontados pela cúpula principal do PCC como responsáveis pela zona fronteiriça”, disse a SENAD em um comunicado. Os quatro indivíduos teriam vínculos com tráfico de drogas, assaltos e homicídios.
“Em Pedro Juan Caballero, foi constatada a utilização de diversas casas como ‘esconderijos’ provisórios, utilizados pelos membros do PCC”, disse a SENAD. Uma dessas casas aparece em uma foto fornecida pelas equipes de inteligência da SENAD. Na imagem, são vistos diversos integrantes do grupo reunidos na garagem, com armas de grosso calibre, ao lado de cinco automóveis de luxo.
“Os alvos em ambos os lados da fronteira são considerados de muito alto risco por seus antecedentes criminais”, disse a SENAD.
Tuca e Bruxo
Dois dos detidos foram identificados como Anderson Meneses de Paula, conhecido como Tuca, e William Meira do Nascimento, conhecido como Bruxo. As autoridades suspeitam que eles tenham participado de ataques a bancos na cidade de Araçatuba, no interior de São Paulo, Brasil, no dia 30 de agosto. Segundo a PF, Bruxo faria parte do núcleo de comando do PCC e estaria vinculado a diversos roubos no Brasil.
“Por sua vez, a polícia do Paraguai informou que Tuca seria o principal chefe do grupo conhecido como Justiceiros da Fronteira, responsável por pelo menos 20 execuções nos últimos três meses”, disse o jornal brasileiro Correio Braziliense. “Algumas das vítimas foram decapitadas ou tiveram os membros amputados”, completou.
Tuca foi preso no momento em que entrava em Pedro Juan Caballero, para assumir formalmente seu novo posto de chefe do PCC na fronteira seca, informou o jornal paraguaio ABC. Tuca tinha a missão de reativar as rotas de tráfico do PCC, depois da expulsão e captura dos últimos três chefes da organização na fronteira: Levi Adriani Felicio, Giovanni Barbosa da Silva, conhecido como Bonitão, e Weslley Neres dos Santos, conhecido como Bebezão, acrescentou o ABC.
“Além das detenções e das incursões, foram apreendidos diversos bens e valores, bem como munições de grosso calibre”, informou a PF. Os investigados poderão responder pelos crimes de tráfico internacional de drogas, organização criminosa e tráfico internacional de armas de fogo, cujas penas conjuntas podem ultrapassar 30 anos de detenção, completou a PF.