No dia 17 de março, durante a Operação Olimpo, agentes da Secretaria Nacional Antidrogas (SENAD) do Paraguai interceptaram um caminhão com 574,8 quilos de cocaína escondidos em um fundo duplo.
A ação ocorreu na altura do cruzamento Carmelo Peralta, no estado de Alto Paraguai, a 700 quilômetros de Assunção, na região conhecida como Chaco Paraguaio.
“A droga supostamente pertencia a uma organização criminosa dedicada ao tráfico de cocaína para o Brasil”, disse a SENAD em um comunicado. “O carregamento teria chegado ao território do Chaco em voos procedentes da Bolívia e seria levado ao norte do país”, explicou.
Segundo relatórios de inteligência, os membros do grupo introduziam grandes carregamentos de cocaína da Bolívia, utilizando pequenas aeronaves até as pistas clandestinas do Alto Paraguai.
“Posteriormente, transportavam a droga por via terrestre até o estado de Amambay. O destino final seria o mercado brasileiro”, informou o jornal paraguaio Última Hora.
Uma caminhonete que escoltava o caminhão também foi apreendida. Ao todo, foram presas três pessoas.
Cem toneladas de maconha
A SENAD também intensificou as operações contra as zonas de bosques que ocultam cultivos ilícitos de cannabis. Em duas semanas, os agentes destruíram plantações equivalentes a 108 toneladas de maconha.
A primeira operação ocorreu no início de março, quando os agentes eliminaram mais de 18 toneladas de maconha na Reserva Florestal San Rafael, estado de Itapúa. “Essa operação tem um impacto direto nas organizações do crime com braço na Argentina”, informou a SENAD.
No dia 11 de março, os militares entraram na Colônia Taguató, dentro da mesma reserva, onde eliminaram 69 toneladas de maconha.
Segundo os analistas, Itapúa é um importante corredor de trânsito para o contrabando de maconha para a vizinha Argentina.
“A droga é traficada através do rio Paraná até Encarnación, capital de Itapúa, ligada por uma ponte a Posadas, a capital da província argentina de Misiones”, segundo o site norte-americano InSight Crime em um relatório de fevereiro de 2021.
Em outra operação, no dia 15 de março, a SENAD erradicou 21 toneladas de maconha na Colônia Bella Vista, estado de Caaguazú.
O desmatamento das zonas de florestas para o cultivo de maconha preocupa as autoridades. “As estruturas do narcotráfico recentemente estabeleceram várias bases de produção de drogas nos extensos bosques do país, destruindo montes protegidos para cultivar maconha”, informou o jornal paraguaio Hoy.
As áreas protegidas de Mbaracayú, San Rafael, Morombí e Caazapá são as mais afetadas. Segundo um relatório do Fundo Mundial para a Natureza, 9.107 hectares foram desmatados nessas quatro reservas entre 2004 e 2020. Desse total, pelo menos 2.350 hectares correspondiam a plantações de maconha”, informou o jornal La Nación, do Paraguai.