No dia 11 de fevereiro de 2021, agentes da Secretaria Nacional Antidrogas (SENAD) do Paraguai prenderam quatro brasileiros – três homens e uma mulher – que pertenceriam à facção criminosa brasileira Primeiro Comando da Capital (PCC).
As detenções ocorreram na cidade de Pedro Juan Caballero, durante a Operação Fronteira Segura, realizada em conjunto com a Polícia Federal do Brasil.
“O objetivo foi atacar as bases operacionais e logísticas do PCC no Paraguai”, disse a ministra da SENAD, Zully Rolón, em declarações ao canal PDS.
“O que fizemos [nessas operações] foi estudar bem o grupo para podermos desarticular suas principais estruturas”, disse a ministra. “Hoje em dia, de nada serve apreender somente as drogas, se essa estrutura continuar atuante.”
Segundo o Ministério Público do Paraguai, os detidos seriam candidatos a substituir Giovanni Barbosa da Silva, conhecido como Bonitão, líder do PCC na região da fronteira.
Bonitão foi detido pela polícia do Paraguai no dia 9 de janeiro e em seguida foi entregue às autoridades brasileiras na Ponte da Amizade, que liga Cidade do Leste, no Paraguai, a Foz do Iguaçu, no Brasil.
Os quatro detidos são Djonathan Agustinho Fuliotto Pimentel, apontado pela investigação como secretário de Bonitão; Luiz Guilherme Dutra Toppam, conhecido como Coxinha; o advogado Pedro Martins Aquino; e Laura Velasca.
Os três homens foram extraditados para cumprir pena no Brasil, onde tinham ordem de prisão, informou o jornal Última Hora do Paraguai. A mulher foi posta em liberdade por determinação do promotor, mas será citada a declarar, explicou a agência Efe.
A Operação Fronteira Segura fez seis incursões simultâneas. Em uma delas, os agentes encontraram uma estufa de maconha.
“Foi encontrado um laboratório tipo ‘indoor’ para o processamento de maconha com alta concentração de THC”, informou o Ministério Público do Paraguai.
O PCC surgiu no início dos anos 1990 nos presídios brasileiros e se internacionalizou na última década. Hoje mantém células no Paraguai, Bolívia, Colômbia e Venezuela.
De acordo com a ministra Rolón, o PCC e o também brasileiro Comando Vermelho teriam cerca de 300 membros nas penitenciárias paraguaias. Daí a importância das operações na fronteira para evitar que ingressem no país, informou o jornal ABC do Paraguai.