O Serviço Nacional Aeronaval (SENAN) do Panamá e a Marinha da Colômbia apreenderam 6,1 toneladas de cloridrato de cocaína nas águas do Mar do Caribe em duas operações, informou a Marinha da Colômbia, em 2 de maio.
O primeiro resultado foi obtido graças à combinação de capacidades aeronavais e de superfície da Marinha da Colômbia e do SENAN do Panamá, que efetuaram a interdição de uma lancha rápida que transportava substâncias ilícitas, ao norte de Isla Grande, na província de Colón, Panamá, relatou a Marinha da Colômbia.
Quando viram que estavam sendo perseguidos por ambas as forças, os quatro colombianos tripulantes da embarcação jogaram sua carga no mar. As autoridades panamenhas conseguiram recuperar 3.152 pacotes com um peso total de 3,5 toneladas de cocaína.
Na segunda apreensão, graças à inteligência da Marinha da Colômbia, as autoridades panamenhas realizaram o monitoramento e o controle marítimo na província de Colón, ao norte de Playa Chiquita, informou o jornal colombiano El Universal. Na operação, os oficiais do SENAN interceptaram uma embarcação que transportava 2.593 quilos de cocaína e 77,9 kg de pasta base de cocaína.
A Marinha da Colômbia destacou a colaboração transnacional para conter o narcotráfico. “Ratificamos nosso compromisso com o desenvolvimento de operações multinacionais para impedir o uso do espaço marítimo para o tráfico de drogas ilícitas”, disse o Capitão de Mar e Guerra Ibis Manuel Luna, da Marinha da Colômbia, comandante da 73ª Força-Tarefa contra o Narcotráfico Neptuno, segundo a instituição.
No início de maio, o SENAN informou por Twitter que, até agora, em 2022, realizou 47 operações antidrogas bem-sucedidas, apreendendo mais de 39.800 pacotes de substâncias ilícitas.
O ministro da Defesa da Colômbia, Diego Molano, e o ministro da Segurança Pública do Panamá, Juan Manuel Pino, realizaram uma reunião bilateral no final de abril, para reafirmar seu compromisso e colaboração para enfrentar entre ambos os países o crime transnacional, ressaltou o Comando Geral das Forças Militares da Colômbia em seu site. A aliança acontece no âmbito do Plano Operacional Binacional Anual de Segurança e Defesa, assinado em julho de 2021, que é a principal ferramenta para a elaboração de estratégias e operações conjuntas para combater o crime organizado na fronteira comum, incluindo o narcotráfico.
“A Comissão Binacional de Fronteiras COMBIFRON e as reuniões permanentes entre nossos comandantes militares e policiais na fronteira fazem dessa região compartilhada uma zona segura para os cidadãos”, afirmou o ministro Pino.
“O Panamá é um ponto nevrálgico do comércio mundial e, portanto, também se torna um ponto de interesse para as atividades ilícitas [como o] contrabando e o narcotráfico”, disse à Diálogo Guillermo Holzmann, analista de defesa e acadêmico da Faculdade de Ciências Econômicas e Administrativas da Universidade de Valparaíso, no Chile. “Embora seja verdade que o Canal do Panamá tem a capacidade para combater essas atividades, não pode neutralizar completamente e por si só as metodologias e técnicas das gangues criminosas para utilizá-lo como uma rota válida.”
A localização do Panamá como um elo entre a América Central e a América do Sul faz do país um ponto de trânsito fundamental para atividades ilícitas, indica Insight Crime, uma organização dedicada ao estudo do crime organizado na América Latina. “O porto de Colón é protagonista e ponto de partida da cocaína no seu trajeto para a Europa e certos países africanos, que também abastecem os mercados europeus com essa droga”, acrescentou.