Os países da América do Sul se uniram contra o tráfico internacional de armas de fogo durante a operação Trigger VI, coordenada pela Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol) e pelo Gabinete das Nações Unidas para Drogas e Crimes, entre 8 e 28 de março de 2021.
“A operação levou à prisão de quase 4.000 suspeitos em todos os 13 países sul-americanos, com a recuperação de cerca de 200.000 armas de fogo, peças, componentes, munições e explosivos ilegais”, disse a Interpol em um comunicado.

Participaram forças de segurança e militares da Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Guiana Francesa (um departamento ultramarino da França), Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela.
No Brasil, as apreensões foram lideradas pela Polícia Federal (PF), representante da Interpol no país.
“A ação resultou na apreensão de 3.961 armas de fogo, 41.335 munições e 19.478 quilos de drogas, além de 3.487 prisões”, informou a PF, que contou com o apoio do Exército Brasileiro e das Polícias Civis e Militares dos 27 estados brasileiros.
Em 12 de março, policiais militares do estado de Pernambuco prenderam dois suspeitos de assalto a bancos com três fuzis (um deles calibre 0.50, considerado armamento de guerra), além de nove carregadores e mais de 300 munições, segundo a Interpol.
Em 15 de março, agentes da PF e soldados do Exército Brasileiro confiscaram 62 armas ilegais à venda em um estabelecimento de Cabo Frio, no estado do Rio de Janeiro.
No total, as autoridades dos 13 países confiscaram 90.000 munições, afirmou a organização policial internacional.
A operação também reprimiu crimes relacionados ao tráfico de armas. Na Bolívia, por exemplo, os policiais resgataram 33 vítimas de tráfico de pessoas no terminal de ônibus de La Paz, informou a agência EFE.
O secretário-geral da Interpol, Jürgen Stock, declarou em nota que as armas de fogo representam uma “ameaça muito séria” à segurança e à estabilidade da América do Sul.
“É por isso que a cooperação transnacional multiagências é essencial para identificar e desmantelar o crime organizado e os grupos terroristas envolvidos”, completou Stock.