No início de dezembro de 2021, a Força-Tarefa Conjunta de Estabilização e Consolidação Hércules (FTCEC Hércules) das Forças Militares da Colômbia desferiu um duro golpe contra as finanças do grupo criminoso Frente Oliver Sinisterra, dissidência das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), ao pôr um fim às atividades de mineração ilegal realizadas em uma zona rural do estado de Nariño.
Em coordenação com a Polícia Nacional, a FTCEC Hércules, força que reúne militares do Exército, da Marinha e da Força Aérea da Colômbia, conseguiu localizar cinco jazidas mineradoras ilegais perto do município de Magüi Payán. No local, as autoridades neutralizaram cinco máquinas tipo escavadeiras avaliadas em mais de US$ 500.000, informou o Comando Geral das Forças Militares (CGFM) em um comunicado.
Com essa exploração ilegal de ouro, a Frente Oliver Sinisterra faturava mais de US$ 250.000 mensais, causando um impacto ambiental que se estendia por cerca de 8 hectares, informou o CGFM. O Colombia Reports, um veículo independente de comunicações com base em Medellín, informou em fevereiro de 2021 que o grupo criminoso, que também se dedica ao narcotráfico, conta com o apoio do Cartel de Sinaloa e comete crimes principalmente no Pacífico colombiano, na fronteira com o Equador.
Nos dias que antecederam a operação, disse à Diálogo o Gabinete de Imprensa da FTCEC Hércules, foram realizadas as coordenações necessárias com o objetivo de integrar 150 homens e mulheres que a força precisava para um bom desenvolvimento. “Foi necessário enviar um agente secreto […] ao município de Magüi Payán para fazer a tomada de imagens e realizar um levantamento topográfico do setor, para obter informações detalhadas”, explicou a força.
A FTCEC Hércules explicou que no estado de Nariño existem diferentes pontos com foco na exploração ilícita de jazidas de mineração, localizados no setor conhecido como Triângulo de Telembí, nos municípios de Barbacoas, Magüi Payán e Roberto Payán, onde as autoridades realizaram diversas operações militares.
Em um relatório de setembro de 2021, o Projeto de Capacidades para a Avaliação (ACAPS, em inglês), uma iniciativa internacional não governamental que fornece análises humanitárias às agências da ONU e outras ONGs, indicou que pelo menos 10 grupos armados dedicados ao tráfico de drogas, cultivos ilícitos e mineração ilegal disputam os territórios do Triângulo de Telembí.
De acordo com dados do Gabinete das Nações Unidas para Drogas e Crimes (UNODC, em inglês), publicados em julho de 2021, 69 por cento da exploração de ouro de aluvião com maquinário em território colombiano se realiza de maneira ilegal, “em cenários propícios ao envolvimento de estruturas armadas”.