Fuzileiros navais e marinheiros da Força do Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA, Sul e das Forças Navais do Comando Sul dos EUA realizaram múltiplos engajamentos com a Marinha e o Corpo de Fuzileiros Navais do Brasil em apoio ao exercício conjunto brasileiro DRAGÃO, entre 29 de outubro e 5 de novembro.
O DRAGÃO é um exercício brasileiro conjunto bianual com foco na segurança marítima e no controle dos mares. O exercício envolve planejamentos e missões em toda a gama de operações militares dedicadas ao emprego expedicionário de navio a terra.
“O DRAGÃO é um evento chave para integrar nossas forças navais e expandir nossa capacidade de sincronizar operações e inteligência no domínio marítimo”, disse o Capitão de Fragata (FN) Thiago Lopes da Silva, oficial de ligação brasileiro da Força do Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA, Sul. “Ter os fuzileiros navais dos EUA integrados nesse exercício mostra como nossa parceria é profunda e como ensinamos uns aos outros novas abordagens para ter sucesso no ambiente operacional atual.”
Esse intercâmbio se concentrou nas operações expedicionárias e proporcionou um foro para expandir relacionamentos profissionais e intercâmbios de especialistas em assuntos específicos essenciais que apoiam os conceitos da interoperabilidade marítima e buscam construir uma coalizão de aliados e parceiros com padrões de procedimentos operacionais similares e que possam se reunir de maneira efetiva para abordar a segurança marítima durante uma crise ou contingência no Atlântico Sul.
O exercício começou com uma série de engajamentos de líderes-chave na base da Divisão Anfíbia do Corpo de Fuzileiros Navais do Brasil, no Rio de Janeiro. Os militares dos EUA falaram sobre tópicos que incluem os atuais planos do Projeto da Força do Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA e o conceito das operações de base de avanço expedicionário. O Projeto da Força é a direção e a visão estratégicas do comandante do Corpo de Fuzileiros Navais como uma força naval expedicionária treinada, organizada e equipada para impedir atos malignos, lutar dentro da zona de engajamento de armas de adversários próximos e facilitar a liberdade marítima de movimento e o controle dos mares, em apoio às operações da frota e da força conjunta.
A Marinha e o Corpo de Fuzileiros Navais do Brasil informaram sobre tópicos como a modernização de suas forças expedicionárias, o futuro emprego marítimo de inteligência, vigilância e reconhecimento (ISR, em inglês) e sobre o conceito brasileiro da “Amazônia Azul”, que é projetado para garantir a segurança e a estabilidade no Atlântico Sul.
Após o período em terra, os planejadores de intercâmbio embarcaram no navio multipropósito Atlântico da Marinha do Brasil. A bordo desse navio, similar aos navios norte-americanos de assalto anfíbio classe América, eles realizaram planejamentos de exercícios integrados junto com seus homólogos da Marinha e do Corpo de Fuzileiros Navais do Brasil. Além de realizar a preparação de informação do espaço de combate, o planejamento anfíbio integrado, o ISR e os ataques de precisão simulados a partir de uma plataforma marítima, os militares continuaram desenvolvendo vínculos profissionais essenciais.
“Essa interoperabilidade marítima tem implicações significativas para os agentes ameaçadores na região”, disse o Tenente-Coronel Michael Aubry, líder participante do Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA para o engajamento. “Esses agentes ameaçadores não devem apenas preocupar-se com uma força brasileira incrivelmente capaz e proficiente, mas também precisam saber quais aliados e parceiros estão a bordo e que capacidades estão integradas na equipe multinacional.”
Os intercâmbios entre as forças dos EUA e do Brasil a bordo de navios não são incomuns. Esse intercâmbio ampliou relacionamentos e conceitos criados há um ano, quando os fuzileiros navais dos EUA participaram de um engajamento de planejamento marítimo da Marinha do Brasil a bordo de uma embarcação brasileira para intercambiar melhores práticas, aumentar a interoperabilidade e desenvolver pontos de contato duradouros, com o objetivo de aumentar o conhecimento profissional de ambas as forças. Mais recentemente, aliados brasileiros embarcaram no USS Hershel “Woody” Williams ao largo da costa da África, em agosto de 2021. Em 2019, os brasileiros participaram de operações marítimas a bordo do USS Wasp, para elaborar padrões para os procedimentos operacionais multinacionais nos esforços de assistência humanitária e resposta a desastres.
“Embora a COVID-19 tenha limitado os intercâmbios nos últimos dois anos, há um claro desejo e planos para aumentar essas oportunidades de intercâmbio”, disse o Major Ricardo Moreira, do Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA, do Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA, que participou do intercâmbio. “O valor do embarque de forças nos navios das demais forças não pode ser subestimado e o impacto na segurança marítima em geral e na competição estratégica é significativo.”
Enquanto o Brasil lidera a segurança marítima no Atlântico Sul, exercícios como o DRAGÃO exercem um papel fundamental para criar capacidades de controle dos mares e segurança marítima de uma força naval profissional.