A Secretaria Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA) exigiu a “libertação imediata de todos os presos políticos arbitrariamente encarcerados” em Cuba. Em uma declaração publicada em 16 de dezembro de 2021, a organização advertiu sobre a condição dos presos políticos da ilha.
“A violação de seus direitos fundamentais e suas detenções arbitrárias constituem uma flagrante violação dos direitos humanos no país, o que vai de encontro a todos os instrumentos internacionais na matéria”, afirmou a OEA.
A organização expressou especial preocupação pela integridade de José Daniel Ferrer, líder da União Patriótica de Cuba, um prisioneiro político do regime “cuja saúde parece ter piorado rapidamente nas últimas semanas”. Ferrer foi detido em 1º de outubro de 2019 e condenado à prisão em fevereiro de 2020, após um julgamento a portas fechadas, informou a agência de notícias EFE. Em abril de 2020, em meio a fortes pressões internacionais, a Justiça cubana comutou a pena de Ferrer para uma sanção de quatro anos e meio de prisão domiciliar.
Em julho de 2021, o opositor foi detido de novo por participar dos protestos contra o governo, de acordo com a EFE. “Ferrer está confinado numa pequena cela fechada, sem qualquer contato com outras pessoas, além dos guardas, e sem acesso à luz natural”, afirmou a OEA. “Seus relatos de problemas respiratórios, perda de visão e outros foram atribuídos às condições desumanas em que foi detido por exercer os seus legítimos direitos civis e políticos”, completou a organização.
A Secretaria Geral da OEA instou Cuba a permitir imediatamente a visita ao país de uma “missão humanitária do sistema universal e/ou interamericano de proteção dos direitos humanos” para verificar a situação dos presos políticos no país. “A presença de uma missão humanitária é imprescindível em um contexto como o atual, e a Secretaria Geral continuará monitorando e estando permanentemente atenta à situação existente”, completou a OEA.
Em 6 de dezembro, Ana Belkis Ferrer, irmã de José Daniel Ferrer exilada nos Estados Unidos, denunciou as sérias condições em que o líder opositor cubano está preso. “Durante quase cinco meses de injusto, desumano e criminoso confinamento, [José Daniel Ferrer] recebeu apenas duas visitas familiares”, afirmou Ana Belkis no Twitter. Segundo ela, o líder opositor está muito magro e “fisicamente deteriorado”.