Unidades designadas para as operações avançadas antinarcóticos do Comando Sul dos EUA (SOUTHCOM), que foram iniciadas no dia 1º de abril, continuam a apoiar operações em cooperação com 22 nações parceiras, para aumentar a vigilância, a interrupção e os confiscos dos carregamentos de drogas e fortalecer os esforços de erradicação no Mar do Caribe e no leste do Oceano Pacífico. Os Estados Unidos enviaram mais destroieres, navios de combate, aeronaves e helicópteros da Marinha, navios da Guarda Costeira e aeronaves de vigilância da Força Aérea, dobrando as capacidades da região.
No dia 9 de junho, diversos veículos de mídia se reuniram em Port Everglades, na Flórida, quando a tripulação do navio USCGC James, da Guarda Costeira dos EUA (USCG, em inglês), descarregou 13,6 toneladas métricas de drogas e as autoridades apresentaram um resumo do que pode ser considerado, até o momento, a maior conquista desse novo esforço pan-regional de combate ao narcotráfico.
“O navio James da USCG descarregou 23.000 libras [10.433 quilos] de cocaína e 6.900 libras [3.130 kg] de maconha, avaliadas em cerca de US$ 438 milhões, que foram apreendidas nas águas internacionais do leste do Oceano Pacífico e no Mar do Caribe”, disse o secretário interino de Segurança Nacional dos EUA Chad Wolf.
Quatro navios da USCG e dois navios da Marinha dos EUA confiscaram as drogas em 11 operações de interdição de embarcações suspeitas de contrabando de drogas, nas costas do México, da América Central e da América do Sul, entre os meses de abril e maio. “Os navios da Marinha e da Guarda Costeira trabalharam em cooperação para deter o fluxo de drogas ilícitas em alto mar, antes que os carregamentos chegassem à América Central e seguissem viagem até os Estados Unidos”, disse o Capitão de Mar e Guerra da USCG Jeffrey Randall, oficial comandante do navio USCGC James.
Uma relação mortal
De acordo com o Almirante de Esquadra da Marinha dos EUA Craig S. Faller, comandante do SOUTHCOM, “a cocaína que chega à América Central e ao México proveniente da América do Sul provoca violência, corrupção, extorsão e instabilidade, levando as famílias a abandonar seus lares e buscar segurança em outro lugar”. Relatórios recentes da Organização das Nações Unidas (ONU) mostram uma relação entre os homicídios e as rotas conhecidas do narcotráfico. Essas rotas importantes do tráfico de drogas, segundo um relatório da ONU, como as rotas costeiras de Honduras e Guatemala e das fronteiras que ambos países compartilham, têm o dobro dos índices de assassinatos das áreas onde o tráfico é menos intenso ou inexistente.
Segundo um comunicado da USCG, os vultosos lucros provenientes do tráfico de cocaína permitem que os cartéis diversifiquem e financiem outras atividades ilícitas, incluindo o tráfico de ópio, ópio sintético e metanfetamina. “Esse flagelo está devastando cidades e comunidades rurais norte-americanas e causou mais de 70.000 mortes relacionadas às drogas nos EUA em 2019. Combater as fontes de financiamento dos cartéis nas zonas de trânsito marítimo, onde são mais vulneráveis, faz parte de uma abordagem holística para reduzir a influência que o contrabando de cocaína lhes confere”, disse o Almirante de Esquadra Karl Schultz, comandante da USCG. “Conclusão: as interdições marítimas da cocaína pura são o método mais efetivo para impedir que os cartéis trafiquem todo o espectro de seus produtos ilícitos.”
Uma fonte marítima confiável
Segundo o mesmo comunicado de imprensa da USCG, como membro dos serviços armados, das forças de manutenção da ordem pública e das comunidades de inteligência, a USCG é uma fonte única para operar em conjunto e fornece programas de desenvolvimento de capacitação às nações latino-americanas e caribenhas. “A USCG continua a expandir a capacidade de treinamento internacional de sua equipe para auxiliar as nações parceiras no desenvolvimento de sua governança marítima orgânica. Isso traz o benefício combinado de ajudar a combater os desafios e as ameaças contra os nossos próprios interesses de segurança nacional”, declarou o Alte Esq Schultz.
O comandante da USCG acrescentou que sua organização busca fortalecer os vínculos com as nações que são zonas de origem e trânsito dos carregamentos para aumentar a disposição e a capacidade de reduzir a produção e o tráfico de drogas ilícitas.
“Histórias de sucesso como as da Colômbia, Costa Rica e Panamá – países totalmente envolvidos nessa luta – requerem um esforço contínuo e orquestrado através de uma abordagem integral das instituições governamentais dos EUA”, acrescentou o Alte Esq Faller. “Ao inimigo, às organizações do crime transnacional, eu afirmo: ‘Estamos prontos’, e pressionaremos incansavelmente essas redes que estão destruindo as democracias e afetando a segurança nacional, matando cidadãos nas ruas de Bogotá, Tegucigalpa e aqui em Miami, Pittsburgh, L.A. [Los Angeles] e em outros lugares. Nós destruiremos e derrotaremos essas redes.”