Em cooperação com a Secretaria Nacional Antidrogas (SENAD) do Paraguai, a Polícia Federal (PF) do Brasil prendeu Jorge Teófilo Samudio González, o narcotraficante paraguaio mais procurado naquele país. Conhecido como Samura, ele foi surpreendido pelos agentes da PF no dia 29 de março de 2021, no estado brasileiro do Mato Grosso.
Samura é identificado pelas autoridades como líder de uma organização criminosa paraguaia responsável por fornecer armas e fazer remessas de cocaína vinda da Bolívia para o Brasil. Essas ações eram direcionadas ao Comando Vermelho, uma das maiores facções do tráfico brasileiro, formada no Rio de Janeiro e com atuação em todo o território nacional. Segundo informações da SENAD, as operações lideradas por Samura movimentavam mensalmente em torno de US$ 20 milhões e eram realizadas por meio de pequenas aeronaves, que usavam propriedades rurais no Paraguai como ponto para aterrissagem e decolagem.
O narcotraficante é notado pelas autoridades paraguaias desde 2011, quando foi cercado pela SENAD em uma pista clandestina no estado de Concepción. Na ocasião, foram apreendidos 370 quilos de drogas, mas Samura conseguiu fugir. Em outubro de 2018, finalmente ele foi preso. Cerca de um ano depois, em 11 de setembro de 2019, o criminoso foi resgatado por comparsas no momento em que era conduzido do Tribunal em Assunção, capital paraguaia, para a penitenciária de Emboscada. Samura havia sido levado para participar de uma audiência. O grupo armado, composto por oito a 10 bandidos, atacou o carro em que ele se encontrava e matou o policial Félix Antonio Ferrari Yudis, que escoltava o veículo.
Foragido desde então, o criminoso foi encontrado no município brasileiro de Sinop, no dia 29 de março. Essa localidade fica a cerca de 1.500 quilômetros de Pedro Juan Caballero, cidade de origem de Samura, na fronteira do Paraguai com o Brasil. De acordo com o jornal brasileiro O Globo, no momento da prisão, o traficante portava uma arma de fogo e usava um documento falso.
As investigações da SENAD para capturar o bandido paraguaio vinham correndo em paralelo a investigações do Departamento de Combate ao Crime Organizado do Paraguai, que buscava pelos participantes do resgate de Samura em 2019. No dia 24 de março, policiais prenderam um dos envolvidos, Freddy Esteban González Núñez. A perícia no material encontrado à época na cena do resgate aponta esse indivíduo como o principal suspeito da morte do policial. Ele estava em uma casa nos arredores de Assunção. No local, os agentes apreenderam armas, munição, aparelhos de comunicação e um caminhão.