Destacando a excelente oportunidade de fortalecer o relacionamento entre as nações do Caribe e os Estados Unidos, para o objetivo comum de reforçar o empoderamento das mulheres militares, suaparticipação significativa, tomada de decisões, proteção contra a violência e o acesso a recursos, o General de BrigadaGodfrey Bess, chefe do Estado-Maior da Força de Defesa da Guiana (GDF) deu as boas-vindas aos participantes da primeira Conferência de Mulheres, Paz e Segurança (WPS) do Caribe, realizada em Georgetown, de 30 a 31 de agosto de 2022.
“Estamos todos aqui com a missão de aumentar nossa eficácia individual, pois nos beneficiamos de uma compreensão da implementação, do planejamento operacional e da interoperabilidade de WPS em todo o Caribe”, disse o Gen Bda Bess,em seu discurso de abertura a mais de 100 membros de defesa e segurança de 13 nações caribenhas e participantes dos EUA.
O Gen Bda Bess aproveitou um momento durante seu discurso para convidar os participantes a refletir sobre o tema,repetindo seu chamado para um trabalho em conjunto. “Neste ambiente contemporâneo, o papel das mulheres é muito mais impactante no desenvolvimento de todas as sociedades… isto não podemos negar. No setor militar, suas funções estão mudando, diminuindo gradualmente aquela luz que define a missão por gênero”, disse o Gen Bda Bess.
A GDF, em colaboração com o Programa WPS do Comando Sul dos Estados Unidos (SOUTHCOM) e a Guarda Nacional da Flórida, como parte do Programa de Parceria do Estado com a Guiana, foi a anfitriã do evento.
A General de Exército Laura J. Richardson, do Exército dos EUA, primeira mulher a comandar o SOUTHCOM, salientou aos participantes a importância de promover a agenda de WPS em seus respectivos países. “WPS tem um valor fundamental, porque torna nossas forças armadas mais preparadas, mais resistentes, mais competitivas e mais eficazes para manter nossos cidadãos seguros.”
“Ainda há desafios para alcançar a plena igualdade entre os sexos. Mas, se continuarmos fazendo da igualdade de gênero uma prioridade, tanto nas instituições militares quanto nas civis, não tenho dúvidas de que continuaremos avançando. Quando nossas nações abrem o leque de talentos para os outros 50 por cento de nossa população, tornamos nossas organizações mais competitivas, mais eficientes e mais bem-sucedidas”, acrescentou a Gen Ex Richardson.
Sob o tema Mulheres na Liderança, Promovendo Mulheres, Paz e Segurança, participantes de Antígua e Barbuda, Bahamas, Barbados, Belize, Dominica, Granada, Guiana, Jamaica, República Dominicana, São Cristóvão e Nevis, Santa Lúcia, São Vicente e Granadinas, Suriname e Estados Unidos, abordaram os tópicos de paz e segurança, estratégias e políticas para integração de gênero, recrutamento, treinamento e retenção, discriminação de gênero, mulheres na liderança, operações de alívio em caso de desastres, assédio sexual, tráfico humano e migração.
A primeira dama da Guiana, Arya Ali, a Contra-Almirante Antonette Wemyss-Gorman, primeira mulher chefe do Estado-Maior da Força de Defesa da Jamaica, e a embaixadora dos EUA na Guiana, Sarah-Ann Lynch, serviram como oradoras principais, entre outras dignitárias da Guiana.
“Historicamente, embora suas contribuições possam não ter sido amplamente reconhecidas, as mulheres sempre foram cruciais em todas as questões de segurança e em todos os setores, desempenhando papéis-chave em conflitos, como combatentes e não combatentes, e criando as condições para a paz duradoura, proteção e prevenção de conflitos”, disse a embaixadora Lynch.
Diversas organizações governamentais e não-governamentais da Guiana, os Serviços Conjuntos da Guiana e o Sistema Judiciário também participaram da conferência de dois dias.
Oportunidades e desafios
Diante da integração de gênero no Caribenas forças de segurança e defesa, os participantes falaram sobre a necessidade de sua organização executar modificações estruturais para que todos possam ganhar com o investimento no reconhecimento da contribuição das mulheres no setor de segurança.
“Precisamos construir uma rede e conectar-nos com outros países, enquanto trabalhamos para construir estratégias e competências para integrar a WPS em nossas organizações”, disse Kamecia Blake-Byam, superintendente da Polícia de São Vicente e Granadinas. “Trata-se de criar laços, entendimento comum, aprender com as melhores práticas de outros países, criarpolíticas de resiliência e obter recomendações do que vemos ao redor da região e como podemos construir nossas próprias competências locais.”
Para a Tenente–Coronel Piloto María Tejada Quintana, da República Dominicana, que estabeleceu um marco na história da aviação de seu país, após tornar-se a primeira mulher piloto a liderar o Esquadrão de Combate da Força Aérea Dominicana, seu país avançou na integração das mulheres militares com o “Plano de Implementação da Resolução 1325, do Conselho de Segurança dos Estados Unidos [UNSC], para as Forças Armadas da República Dominicana 2022-2025”.
“Para os países do Caribe e especialmente para a República Dominicana, o programa WPS é muito importante, pois busca integrar as mulheres militares na resolução de conflitos, bem como no processo de construção de uma sociedade mais justa, contribuindo para a manutenção da paz e da segurança, enfatizando a necessidade de fortalecer seu treinamento e fornecer-lhes as ferramentas necessárias para sua participação em cenários internacionais e nacionais, através da implementação da Res. 1325 do UNSC”, disse a Ten Cel Quintana.
Os participantes prometeram continuar seus esforços nacionais de integração de gênero ao concluírem o evento, recebendo certificados por sua participação.