As Forças Armadas prestaram atendimento médico para cerca de 37.000 indígenas no estado do Maranhão, coberto em grande parte pela floresta Amazônica. A missão, chamada de Operação Maranhão, aconteceu em três fases, entre os meses de setembro e novembro, e reuniu 24 militares médicos em cada uma, sendo 12 médicos, três enfermeiros, seis auxiliares de enfermagem e três veterinários.
Além de atendimentos médicos, foram realizadas consultas odontológicas, testes rápidos para diagnóstico de COVID-19, entregas de insumos para a proteção contra a doença e medicamentos para o tratamento. Os animais domésticos dos indígenas também receberam atendimento veterinário. A Operação Maranhão faz parte das ações da Operação COVID-19, desenvolvidas pelo Ministério da Defesa para enfrentar a epidemia.
A operação, segundo o General de Exército (R) do Exército Brasileiro (EB) Manoel Luiz Narvaz Pafiadache, secretário de Pessoal, Ensino, Saúde e Desporto do Ministério da Defesa, respeitou todos os protocolos de saúde e também a cultura indígena. “É uma satisfação muito grande terminar uma operação envolvendo vários meios aéreos, várias pessoas envolvidas em termos de assistência. Dá para dizer que nós obtivemos o total êxito na missão, na Operação Maranhão”, disse o Gen Ex Pafiadache.
De acordo com o Ministério da Defesa, a terceira e última fase da Operação Maranhão foi a 14ª missão indígena no ano de 2020 e já auxiliou mais de 100.000 indígenas.
Foram distribuídos em cada uma das fases da Operação Maranhão 1,5 tonelada de insumos para ajudar no combate à COVID-19. Para apoiar as três fases da missão, o Ministério da Saúde enviou mais de 92.000 itens de suprimentos médicos para o Maranhão.
Atendimento a animais
A inovação da Operação Maranhão foi a participação de veterinários do EB, que realizaram um levantamento das condições higiênico-sanitárias das aldeias, atuando na prevenção e controle de zoonoses, como a raiva, leishmaniose calazar, verminoses, entre outras doenças transmissíveis dos animais de estimação aos locais. Foram realizados 130 atendimentos veterinários.
“Foi uma experiência transformadora. O Brasil, de grande extensão continental, apresenta uma realidade que todos comentam, mas poucos verdadeiramente conhecem ou lutam por ela. Poder ajudar os indígenas e vivenciar em campo tal realidade me acrescentou muito”, disse o 1º Tenente Francisco Caetano Rosa Neto, médico do Hospital Naval de Brasília.
A mesma opinião é compartilhada pelo 1º Tenente Ezir Araújo Lima Neto, médico do Hospital da Aeronáutica de Recife. Para ele, que não conhecia a região amazônica e tampouco havia tido contato próximo com a população indígena, o que mais marcou foi o reconhecimento e o agradecimento dos indígenas.