O exercício Solidariedade (Solidaridad), realizado entre 7 e 10 de novembro, na província argentina de Mendoza, proporcionou às forças armadas da Argentina e do Chile a oportunidade de fortalecer e melhorar sua capacidade de resposta com assistência humanitária em situações de emergência.

“Foi um exercício de proteção civil, onde as tropas foram treinadas para estarem preparadas para uma catástrofe natural, como um terremoto de grande magnitude com graves consequências”, disse à Diálogo, em 26 de novembro, o General de Brigada Ricardo Doz, do Exército Argentino, comandante da 8ª Brigada de Montanha e diretor do exercício Solidariedade para o setor argentino.
Uma aeronave Hercules C-130, helicópteros, veículos militares, ambulâncias, instalações de purificação de água, um hospital móvel, equipamentos de comunicação, mergulhadores táticos e barcos foram os meios utilizados para o treinamento.
“Participaram 470 militares argentinos e 106 chilenos. Além disso, neste tipo de operação, é necessário o trabalho entre agências, pois é essencial coordenar ações com agências como a Cruz Vermelha, bombeiros, polícia, saúde pública e outras entidades governamentais”, acrescentou o Gen Bda Doz.
Simulações de evacuação e atendimento a feridos, purificação de água de emergência, descontaminação de materiais perigosos, busca e resgate em corpos de água e zonas de deslizamento de terra foram os principais exercícios, disse à imprensa o Ministério da Defesa da Argentina.
O hospital móvel destacado pela Argentina consistia de 13 módulos em caminhões, com instalações para terapia intensiva, laboratório, radiologia e hospitalização, conversor de oxigênio, cozinha, gerador elétrico e purificação de água.
“Médicos militares e civis podem trabalhar de forma coordenada para assistir aos feridos de um terremoto”, disse o Gen Bda Doz. “Além disso, foi criado o Comando Conjunto da Zona de Emergência, que trabalha a pedido da autoridade civil nas áreas afetadas.”

Um dos treinamentos foi o lançamento a partir de uma aeronave Hercules C-130 de 16 toneladas de carga em contêineres, simulando uma ajuda humanitária. Quando a carga chegou na terra, um helicóptero pousou para que um dos membros da tripulação desprendesse o paraquedas e prendesse a carga à aeronave, para ser transportada às populações afetadas, informou a agência de notícias argentina Télam.
Em outro cenário fictício, um terremoto causou uma colisão múltipla, na qual um caminhão carregando produtos químicos pegou fogo, causando um derramamento tóxico e ferindo várias pessoas com queimaduras graves. Diante dessa situação, foi mobilizada uma unidade de proteção Química, Bacteriológica e Nuclear do Exército Argentino que, junto com os bombeiros, controlou o derramamento e evacuou as vítimas em ambulâncias e helicópteros.
Na barragem de Potrerillos, helicópteros argentinos e chilenos transferiram mergulhadores táticos para uma parede de contenção, onde tiveram que avaliar uma fenda submarina causada pelo terremoto, que continuava a inundar a área, causando feridos e vítimas fatais.
“Este treinamento é muito importante e necessário, porque ajuda a coordenar as tarefas entre as Forças Armadas em uma situação de desastre natural. Devido à sua grande capacidade logística e de mobilização, as Forças Armadas são de grande ajuda nesses eventos e é por isso que estes exercícios são tão importantes”, disse à imprensa o ministro da Defesa da Argentina, Jorge Taiana, durante sua visita a diversas partes do exercício.
“Solidariedade é outro exemplo do alto nível de confiança mútua entre ambos os países, da qual nos beneficiamos e queremos aprofundar”, disse à imprensa o subsecretário de Defesa do Chile, Gabriel Tapia.
O Solidariedade é realizado a cada três anos, através da coordenação das autoridades dos Estados-Maiores Conjuntos das Forças Armadas da Argentina e do Chile, que estabelecem a articulação de técnicas de trabalho integráveis.
“Foi um trabalho muito positivo e enriquecedor, pois aprofunda os conhecimentos e coloca em prática a interoperabilidade, de modo que, no caso de ter que agir em uma situação real, os elementos das forças armadas têm o entendimento para operar no terreno, para ajudar a população”, concluiu o Gen Bda Doz.