Mais de 1.000 militares das Forças Armadas do Brasil estão atuando desde 16 de fevereiro de 2022 no apoio às vítimas das enchentes no município de Petrópolis, região serrana do Rio de Janeiro, ocorridas no dia 15. Após ter caído sobre a cidade, em apenas três horas, a quantidade de água equivalente a um mês de chuva – a chuva mais forte desde 1932, segundo o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro –, grande parte da cidade ficou em ruínas, com casas e lojas destruídas pelas enchentes, informou a BBC.

O número de mortos chegou, até o início de março, a mais de 230 pessoas. Mais de 1.100 pessoas estão em abrigos depois de terem perdido a casa na tragédia. A operação de ajuda humanitária é coordenada pelo Ministério da Defesa, por meio da criação para este fim do Comando Conjunto Leste.
Em atuação conjunta com os demais órgãos federais e locais, os militares estão trabalhando com o apoio de 130 equipamentos, incluindo viaturas, ambulâncias, tratores e helicópteros, utilizados principalmente na desobstrução de vias, atendimento médico de feridos, busca por sobreviventes e desaparecidos, distribuição de donativos e medicamentos e no transporte de pessoas.
“Além dos meios já existentes em Petrópolis, o Comando Conjunto Leste permanece com as demais tropas e meios em alerta, em condições de prontamente reforçar as ações das áreas afetadas, conforme as necessidades e demandas dos órgãos de Defesa Civil”, declarou à Diálogo o General de Exército José Eduardo Pereira, comandante do Comando Conjunto Leste e do Comando Militar do Leste.
Em menos de duas semanas de trabalho, até 28 de fevereiro, militares da Engenharia do Exército realizaram a desobstrução de 46 ruas. O Exército Brasileiro apoiou a Defesa Civil no resgate de 48 vítimas, removeu cerca de 2.000 metros cúbicos de resíduos, como entulho, lama e escombros, o equivalente a mais de 130 caminhões do tipo baú. A unidade do 32º Batalhão de Infantaria Leve de Montanha (32º BIL Mth), sediado em Petrópolis, está sendo utilizada como local para as operações de pouso de aeronaves empregadas na operação, além do controle do espaço aéreo. Uma escola que funciona dentro do Batalhão também está sendo usada para receber desabrigados.

A Marinha do Brasil montou um hospital de campanha onde foram realizados, até 28 de fevereiro, mais de 1.500 atendimentos médicos, envolvendo cirurgia geral de baixa complexidade, ortopedia, clínica médica, pediatria e odontologia. No total, 300 militares foram mobilizados no hospital de campanha, entre médicos, enfermeiros e farmacêuticos.
A Força Aérea Brasileira (FAB) transportou no período 310 toneladas de donativos, incluindo colchonetes, roupas, água, alimentos, kits de higiene e materiais de limpeza.
Parte da equipe de militares que está em Petrópolis trabalhou no socorro às vítimas das chuvas em Nova Friburgo, em 2011, também na região serrana do Rio de Janeiro, quando as enchentes causaram a morte de mais de 1.000 pessoas e deixaram quase 35.000 desabrigados.