O Centro de Treinamento de Prontidão Conjunta (JRTC, em inglês), em Fort Polk, Lousiana, é o cenário do exercício conjunto realizado entre o Brasil e os Estados Unidos. Ao todo, 203 militares do Exército Brasileiro (EB) e 21 membros da Força Aérea Brasileira (FAB) participam da Operação Culminating, juntamente com cerca de 5.000 civis e militares norte-americanos.
Durante o treinamento, de 18 de janeiro a 21 de fevereiro, aprimoram técnicas de paraquedismo. As tropas executam operações ofensivas, defensivas e de cooperação e coordenação com agências, além de operações aeroterrestres, aeromóveis e urbanas.
A Operação Culminating é a última fase de um intercâmbio realizado entre o EB e o Exército dos EUA, conduzido ao longo de cinco anos, entre 2017 e 2021. Na etapa em solo norte-americano, militares da Brigada de Infantaria Paraquedista brasileira incorporam-se em um batalhão de uma brigada da 82ª Divisão Aerotransportada dos EUA.

O General de Exército (R) do EB Fernando Azevedo e Silva, ministro da Defesa do Brasil, esteve em Fort Polk para acompanhar a capacitação dos militares brasileiros. Ele foi recebido pelo Almirante de Esquadra da Marinha dos EUA Craig S. Faller, comandante do Comando do Sul dos EUA, e pelo General de Exército Michael X. Garrett, comandante-geral do Comando das Forças do Exército dos EUA.
O Gen Ex Fernando Azevedo destacou a importância da parceria entre as forças armadas dos dois países. “A nossa história começa na II Guerra Mundial. A Força Expedicionária Brasileira ombreou com os americanos, nos campos da Itália, contra o nazi-fascismo. Em seguida, uma equipe de paraquedistas pioneiros veio para a 82ª Divisão Aerotransportada colher os ensinamentos da tropa aeroterrestre e iniciou a atividade do paraquedismo militar no Brasil. Em 2021, voltamos ombro a ombro neste exercício, inédito para uma tropa sul-americana”, disse o ministro ao site do Ministério da Defesa do Brasil.
O Alte Esq Faller destacou aos militares a importância do treinamento realizado. “Vocês serão testados. Tenho plena confiança nas suas lideranças e habilidades”, salientou.
Para o Coronel do EB Mauricio Valença da Cruz, chefe da delegação brasileira da Operação Culminating, a expectativa é que a missão seja o início de uma série de exercícios que contribuirão para o aperfeiçoamento do sistema de prontidão operacional. “A Culminating possibilitou o desenvolvimento da doutrina militar terrestre e o fortalecimento de laços com o Exército americano”, disse o Cel Valença ao site do Ministério da Defesa. “A missão propiciará a elaboração e a revisão de diversos produtos doutrinários, como manuais de campanha, cadernos de instrução e quadros de organização de unidades militares.”
Aeronave brasileira

O KC-390 Millenium da FAB realizou uma participação inédita no exercício. A equipe da FAB faz parte do Esquadrão Zeus, unidade militar sediada na Ala 2 da Base Aérea de Anápolis. Eles desembarcaram nos EUA no dia 12 de janeiro de 2021 para realizar treinamentos em cenários simulados e de conflito.
“Diante de toda a evolução tecnológica que o KC-390 trouxe para a FAB, quando a aeronave tem a oportunidade de operar em conjunto com outras forças armadas, é possível aprimorar a doutrina que nós utilizamos hoje, verificando as características que o cenário atual apresenta”, ressaltou à Agência Força Aérea o Major da FAB Rafael Portella Santos, piloto da equipe do KC-390.
Os militares da FAB, além de treinamento teórico, realizaram voos práticos, como o lançamento de paraquedistas em voos em conjunto com as aeronaves C-17 e C-130 da Força Aérea dos EUA, no dia 2 de fevereiro. De acordo com a Agência Força Aérea, a missão possibilitou ao novo cargueiro brasileiro operar com aviões militares de transporte já consagrados e empregados em cenários de combate ao redor do mundo.
“É um dia histórico para as Forças Armadas brasileiras nesse exercício inédito, o Culminating, com o lançamento dos paraquedistas da Brigada de Paraquedistas e também utilizando a nova aeronave da FAB: o KC-390”, destacou o Gen Ex Fernando Azevedo à Agência Força Aérea.