O México parte, tecnicamente, do Comando Norte dos EUA. No entanto, é frequentemente convidado a participar de reuniões, conferências e exercícios combinados organizados pelo Comando Sul dos Estados Unidos. Foi o caso do PANAMAX 2022. Diálogo conversou com o Capitão de Mar e Guerra Carlos Renán Ancona, da Marinha do México, que trabalha na área de inteligência do Estado-Maior Geral das Forças Armadas mexicanas, sobre sua participação no exercício PANAMAX deste ano, onde atuou como diretor da seção de inteligência da Força Multinacional Sul.
Diálogo: Como é feita a coleta de inteligência em um exercício como o PANAMAX?
Capitão de Mar e Guerra Carlos Renán Ancona, da Marinha do México: O que acontece é que temos o apoio do pessoal e sensores do Exército dos EUA. Temos o apoio de todos esses sensores, equipamentos e suporte de inteligência humana e outros componentes da comunidade de inteligência para desenvolver tudo o que é necessário para obter informações.
Diálogo: O senhor pode explicar como a inteligência humana está envolvida no exercício?
CMG Ancona: Em termos de inteligência humana, é basicamente pessoal designado para operações de coleta de informações. Essa parte da inteligência é quando há pessoas que nos fornecem informações, que nos ajudam a desenvolver produtos.
Diálogo: E a inteligência de satélites, radares etc.?
CMG Ancona: No [exercício] PANAMAX 2022, tudo isso foi simulado, mas sabemos que temos todas essas capacidades de informação, imagens de satélite, diferentes sensores, por exemplo, veículos aéreos que fornecem inteligência aérea através de sensores de visão noturna, imagens infravermelhas etc. Nos exercícios envolvendo navios, é claro que eles têm os elementos na área de superfície para ter uma visão geral do que está acontecendo no ambiente marítimo.
Diálogo: O México faz parte, tecnicamente, do Comando Norte. Qual é a importância de trabalhar com o Comando Sul?
CMG Ancona: México e Espanha são os maiores países que participaram no PANAMAX fora da área de ação do Comando Sul. Na prática, o México trabalha muito frequentemente com o Comando Sul no movimento do tráfico de drogas, porque as drogas saem da América do Sul, da América Central e passam pelo México e vão para os Estados Unidos ou outros lugares do mundo. Compartilhamos muitas informações e trabalhamos muito de perto com o SOUTHCOM em muitas atividades da vida real em nosso trabalho cotidiano.
Diálogo: O que considera mais importante que está levando de volta para o México relativo a esse exercício?
CMG Ancona: Os processos. Há muitos processos que podemos utilizar, a integração de todas as equipes de trabalho e de todos os sensores e procedimentos. Muitos deles podem ser muito úteis para o que fazemos no México. É claro que igualmente importantes são as relações interpessoais e profissionais que fazemos com nossos colegas durante o exercício.