A Força de Manutenção da Paz da MB, que foi notificada da certificação em meados de abril, comemorou sua conquista em 28 de abril com demonstrações para oficiais do governo e líderes militares, no Complexo Naval da Ilha do Governador, no Rio de Janeiro.
“O nosso papel realmente é estarmos prontos para sermos empregados onde e quando o Brasil determinar”, enfatizou o Almirante de Esquadra (FN) Carlos Chagas Vianna Braga, comandante da Força de Fuzileiros da Esquadra. “Eu atribuo essa conquista do nível 3 principalmente às características intrínsecas do Corpo de Fuzileiros Navais dentro da Marinha do Brasil, que é a questão do pronto emprego, ou seja, é uma tropa que na sua essência trabalha com isso, que nos ajuda a estarmos prontos, com muita velocidade”, completou o oficial.

Sob o Sistema de Prontidão para a Capacidade de Manutenção da Paz da ONU (PCRS), criado em 2015, o país contribuinte da polícia/tropa expressa sua disposição de oferecer uma capacidade de manutenção da paz para as missões da ONU. O PCRS tem três níveis, sendo o nível 3 o mais alto, sob o qual a capacidade de manutenção da paz é avaliada.
A demonstração no Complexo Naval, subordinada ao Comando da Divisão Anfíbia, incluiu simulações de ações humanitárias em uma região de conflito. Houve ainda demonstração de progressão em ambiente urbano com tiro tático e munição real, além de uso de anfíbios, entre outros.
O treinamento Força de Paz de Emprego Rápido é realizado a cada seis meses, com o propósito de manter os batalhões no mais elevado nível de prontidão operativa para as missões de paz e outras que demandem os serviços dos fuzileiros navais.
“Eu acho de extrema importância que sempre tenham exercícios assim para que quando realmente precisar da gente, possa tudo ser feito com padrão de excelência que a Marinha oferece”, disse à Diálogo o Cabo Lucas de Souza Brilhantino Silva, de 23 anos, fuzileiro naval há cinco anos.
A Primeiro-Sargento Giselle Bonini Gomes, que está na MB há cinco anos e há dois faz parte do Corpo de Fuzileiros Navais, atuando na linha de combate, participou da demonstração de progressão em ambiente urbano. “A Marinha já está abrindo um outro processo seletivo para mulheres para a linha de frente de combate. Acho que cada vez mais vai crescer essa participação feminina”, disse à Diálogo a 1º SG Giselle depois da exibição.

O Primeiro-Sargento Diego Mello da Silva, que tem 19 anos na MB, diz que já participou duas vezes da Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti (MINUSTAH).
“Foi bem marcante por eu nunca ter vivido uma situação daquela: ver um país num estado bem devastado, destruído […]; a gente pôde perceber o quanto o povo precisou da gente ali”, relembrou o 1º SG Diego à Diálogo. “Essa certificação mostra para o Brasil e internacionalmente que temos uma tropa bem preparada para poder atuar em diversas frentes, situações”, acrescentou.
O Brasil tem uma longa história de participação em missões de paz da ONU, atuando em 50 operações, envolvendo mais de 57.000 militares e civis. De 2004 a 2017, o Brasil forneceu a espinha dorsal da missão no Haiti, MINUSTAH, em toda a sua duração. De 2011 até o início de 2021, o Brasil liderou a Força Tarefa Marítima da Força Interina das Nações Unidas no Líbano. Atualmente, o Brasil está operando em 11 missões.