
Através de duas operações realizadas em meados de outubro, a Marinha da Colômbia, com o apoio de forças da Costa Rica, Estados Unidos e México, conseguiu dar um duro golpe às organizações transnacionais de tráfico de drogas, ao apreender 3,7 toneladas de cloridrato de cocaína que estavam sendo transportadas através das águas do Oceano Pacífico da América Central, indicou a instituição naval em um comunicado.
Durante a primeira operação, um ativo aéreo da Força-Tarefa Conjunta Interagencial Sul (JIATF South), do Comando Sul dos EUA, baseado em informações de inteligência da Marinha da Colômbia, localizou um semissubmersível na costa sul do México que saiu com cloridrato de cocaína do departamento de Nariño. Após uma perseguição no mar apoiada por unidades de Guarda-Costas da Marinha do México, os traficantes de drogas jogaram aproximadamente 3 toneladas de cocaína no mar e depois abandonaram o navio, para fugir em uma lancha.
Esses alcaloides presumivelmente pertencem ao cartel mexicano de Sinaloa, que tem uma aliança com o grupo armado organizado residual [GAO-r] bloco ocidental Alfonso Cano, que é ativo no departamento de Nariño”, disse à Diálogo o Capitão de Fragata Cristian Andrés Guzmán Echeverry, da Marinha da Colômbia, comandante da 72ª Força-Tarefa contra o Narcotráfico Poseidón, referindo-se a um dissidente das antigas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC).
Na segunda operação, unidades do Serviço Nacional de Guarda-Costas da Costa Rica localizaram um barco de pesca que havia deixado o Pacífico colombiano, de acordo com informações de inteligência da Marinha da Colômbia. Durante a interdição, realizada ao sul de Cabo Matapalo em águas da Costa Rica, as autoridades apreenderam 729 quilos de cloridrato de cocaína, informou a Marinha da Colômbia em um comunicado.

“Na segunda operação […], o alcaloide pertencia ao cartel mexicano Nueva Generación, em aliança com o GAO-r Jaime Martínez”, explicou o CF Guzmán. “A Marinha da Colômbia está monitorando permanentemente as estruturas dedicadas ao narcotráfico e crimes relacionados. O desenvolvimento de operações e o intercâmbio de informações entre os diferentes órgãos de inteligência é mantido através dos canais estabelecidos; neste caso em particular, o monitoramento do evento marítimo foi realizado entre 12 e 15 dias.”
Com estes resultados, as autoridades deram um golpe nas finanças das dissidências das antigas FARC e dos cartéis mexicanos que operam na região.
“A principal força que temos atualmente na região é o compromisso dos países para enfrentar o fenômeno do narcotráfico, que se baseia na confiança nas instituições que estão desenvolvendo os diferentes tipos de operações que este flagelo implica”, disse o CF Guzmán. “Os Estados Unidos apoiam de maneira permanente o desenvolvimento operacional, através de unidades de superfície e plataformas aéreas navais, as quais proporcionam uma ampla cobertura no domínio marítimo.”
No decorrer de 2022, até 1º de novembro, através de operações nacionais e multinacionais, a Força Naval do Pacífico apreendeu 121.352 kg de cloridrato de cocaína, 39.419 kg de maconha, 3.778 kg de base de coca, 2.265 kg de pasta base de coca, 44.681 kg de insumos sólidos e 194.634 litros de insumos líquidos. Também apreendeu 180 instalações de narcotráfico, 94 barcos, 21 semissubmersíveis e capturou 85 criminosos, informou à Diálogo a 72ª Força-Tarefa contra o Narcotráfico Poseidón.