Quatro operações desenvolvidas em simultâneo na costa colombiana do Pacífico, no início de novembro, somaram a apreensão de 7.410 quilos de cocaína. Com isso, a Marinha chega a mais de 150 toneladas de drogas interditadas nessa região em 2021.
“Juntas, elas [essas quatro operações] geram um impacto de mais de US$ 249 milhões sobre as finanças das organizações de tráfico de drogas”, afirmou a Marinha da Colômbia em um comunicado à imprensa.
Em uma das operações, três criminosos oriundos do município de Buenaventura, que tinham como destino a América Central, foram capturados enquanto transportavam 340 kg de cocaína. Eles foram flagrados na foz do Naya, rio que corta o Valle del Cauca e banha Buenaventura.
É no limite territorial com o Oceano Pacífico que estão localizadas algumas das principais cidades colombianas, a partir das quais os entorpecentes produzidos no interior do país são internacionalizados. Buenaventura é uma delas. A cidade, que abriga o maior porto da Colômbia, é também há décadas a mais violenta, batendo recorde de homicídios em razão de disputas entre as diferentes organizações do narcotráfico colombiano, segundo o Gabinete das Nações Unidas para Drogas e Crimes.
Em outras duas ações da Marinha divulgadas em 4 de novembro, foram interceptados mais 5.497 kg de cocaína, escondidos em duas lanchas do tipo semissubmersível. Três colombianos e três equatorianos foram presos. Eles foram surpreendidos nas imediações da Ilha Malpelo por autoridades da Força-Tarefa Conjunta Interagencial Sul (JIATFS, em inglês), do Comando Sul dos EUA, com base em informações passadas pela Marinha da Colômbia. A ilha situa-se à altura de Buenaventura, a cerca de 507 quilômetros da mesma.
Também na primeira semana de novembro, a parceria entre a JIATFS e as Marinhas da Colômbia e do Equador resultou na apreensão de 1.573 kg de cocaína encontrados em uma lancha rápida a noroeste do município de Salinas, no Equador.
Descobrindo a fonte
No final de outubro, a Marinha da Colômbia já havia anunciado uma importante interdição de drogas a cerca de 92 km do litoral de Buenaventura: 1.137 kg de cocaína e 440 kg de maconha foram encontrados a bordo de um barco pesqueiro tripulado por quatro homens colombianos. O material estava distribuído em 55 embalagens no convés da embarcação.
De acordo com as investigações da Marinha, o carregamento foi enviado pela Coluna Móvel Jaime Martínez. Esse é um dos grupos armados residuais, como são atualmente chamadas as estruturas criminosas que têm origem nas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, desmobilizadas em 2016. A liderança da Jaime Martínez é do traficante Johany Noscué, conhecido como Mayimbú, por quem a polícia colombiana pede informações com recompensa de cerca de US$ 25.000.