No início de julho, a Marinha da Colômbia desferiu um golpe contra a frente Carolina Ramírez, dissidência das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), informou a instituição naval em um comunicado. Unidades da Marinha, em uma operação conjunta com o Exército, a Força Aérea, a Polícia Nacional e a Procuradoria Geral da Nação, conseguiram deter dois dos principais líderes desse grupo criminoso e entregar à justiça outros três membros.
A mulher conhecida como Norma, que foi capturada no município de Cartagena de Chairá, estado de Caquetá, durante uma incursão em sua residência, seria a encarregada das comunicações e das atividades criminosas naquele estado, informou a Marinha. Simultaneamente, nas ruas do município de Rovira, no estado de Tolima, as forças de ordem capturaram o indivíduo conhecido como Chepe, quando estava em um estabelecimento público. Vulgo Chepe seria o encarregado de verificar todo o processo da cadeia do narcotráfico dentro do grupo criminoso, efetuando desde o financiamento até o transporte das drogas na região, afirmou a Marinha.
Ambos tinham mandados de prisão pelos crimes de extorsão, homicídio, conspiração agravada para cometer crimes com fins terroristas e narcotráfico.
A frente Carolina Ramírez é uma subestrutura de uma dissidência das FARC que opera sob o comando do indivíduo conhecido como Iván Mordisco nos estados do sul da Colômbia. Segundo a revista colombiana Semana, um dos grupos sob o comando de Iván Mordisco seria responsável pelo atentado praticado no final de junho contra o presidente da Colômbia, Iván Duque.
“A função [desse grupo] na denominada cadeia do narcotráfico é fazer a segurança do transporte de entorpecentes, além de ser um dos grupos com maior influência na promoção do plantio de cultivos ilícitos e produção de pasta base de coca nos estados de Putumayo e Caquetá”, disse à Diálogo o Contra-Almirante Harry Ernesto Reyna Niño, da Marinha da Colômbia, comandante da Força Naval do Sul.
De acordo com inteligência da Marinha, a frente Carolina Ramírez disputa o controle das rotas do narcotráfico com a frente Comandos da Fronteira, o que aumentou o recrutamento forçado de crianças e adolescentes em sua área de influência. Nessa operação, as autoridades recuperaram um menor de idade que foi entregue à Polícia da Infância e Adolescência de Caquetá, informou a Marinha.
“Os rios Putumayo, San Miguel, Caquetá, Yarí, Caguán e Amazonas se tornaram as vias expressas fluviais mais cobiçadas pelas organizações criminosas, considerando que, por falta de vias transitáveis para os países vizinhos do Equador, Peru e Brasil, são as vias mais rápidas para o transporte de substâncias ilícitas”, informou o C Alte Reyna.
Entre 1º de janeiro e 23 de julho de 2021, a Força Naval do Sul realizou em sua área de jurisdição (estados de Caquetá, Guaviare, Meta, Putumayo e Amazonas) a captura de quatro líderes e 86 membros de grupos criminosos, bem como a apreensão de mais de 2,5 toneladas de cocaína, mais de 3 toneladas de pasta base de cocaína e a destruição de 222 narcolaboratórios, entre outras realizações.