Durante a II Guerra Mundial, o Brasil foi o único país sul-americano que enviou tropas para a causa aliada, e 75 anos mais tarde o Exército Brasileiro (EB) deixou sua marca novamente com as forças dos EUA, como o primeiro elemento sul-americano com dimensão de companhia a treinar no Centro de Treinamento de Prontidão Conjunta (JRTC, em inglês).
Líderes militares seniores dos EUA, incluindo o Almirante de Esquadra da Marinha Craig S. Faller, comandante do Comando Sul dos EUA, o General de Exército Michael X. Garrett, comandante do Comando das Forças do Exército dos EUA, o General de Brigada Daniel R. Walrath, comandante do Exército Sul dos EUA, e o General de Brigada Chistopher Donahue, comandante da 82ª Divisão Aerotransportada, se reuniram com altas lideranças militares brasileiras no JRTC, nos dias 1º e 2 de fevereiro, e realizaram engajamentos essenciais de liderança, enfatizando a importância do exercício de treinamento bilateral.
“A presença e a participação dessa companhia aerotransportada brasileira em um dos centros de treinamento de combate do Exército representam a primeira vez em que um exército parceiro da América do Sul participa de um desses rodízios”, disse o Gen Bda Walrath. “Esse treinamento deu seguimento aos 75 anos de história conjunta, certamente um marco histórico que vemos como a continuidade de nossa sempre crescente parceria.”
A participação do EB no JRTC foi o evento culminante do plano de cinco anos desenvolvido entre o EB e o Exército Sul dos EUA durante os Diálogos Anuais de Estado-Maior entre Exércitos. O Programa de Diálogos de Estado-Maior promove esforços bilaterais para desenvolver parcerias profissionais e aumentar a interação entre os exércitos das nações parceiras.
“Tenho orgulho do compromisso de longo prazo entre o Exército Sul e o Exército Brasileiro de coordenar e se preparar para esse exercício nos últimos quatro anos”, disse o Gen Bda Walrath. “Também estou orgulhoso de ver que nossos parceiros do Exército Brasileiro concretizaram a primeira participação de um exército sul-americano em um centro de treinamento de combate dos EUA.”
Os líderes militares brasileiros receberam instruções sobre a missão e capacitação do JRTC, fizeram um tour aéreo pela área de treinamento conhecida como “a caixa”, onde os soldados são expostos a condições e situações de combate a uma força inimiga, e observaram uma operação noturna de transporte aéreo em linha estática realizada pela 82ª Divisão Aerotransportada na área de treinamento.
“O ambiente de treinamento do JRTC não se compara a qualquer centro de treinamento de outro país – a parte mais difícil é o combate real”, disse o Gen Bda Walrath. “A parceria com o Exército dos EUA oferece as melhores oportunidades para aumentar a prontidão e a interoperabilidade para enfrentar os desafios de segurança que compartilhamos.”
Para consolidar a parceria entre o Exército Sul e o EB, o Gen Bda Walrath e o General de Divisão Marcos de Sá Affonso da Costa, chefe do treinamento do Comando de Treinamento de Forças Terrestres do EB, assinaram um acordo técnico (acordo não-vinculativo) que traça os deveres e as responsabilidades das unidades participantes durante todo o rodízio do JRTC.
“Em primeiro lugar, nossa participação resgata a história e as tradições dos paraquedistas no Brasil, como ocorreu aqui [nos EUA], quando nossos pioneiros chegaram na década de 1940 durante a II Guerra Mundial para aprender as técnicas de transporte aéreo e introduzir essa atividade no Brasil”, disse o Gen Div Affonso da Costa. “A volta dos paraquedistas aos Estados Unidos, aqui no JRTC, é sem dúvida alguma um marco para o Exército Brasileiro.”
“O intercâmbio com o Exército dos EUA nos oferece uma excelente oportunidade de aprender lições úteis para a evolução de nossa doutrina e nos permite avaliar o grau de preparo operacional de nossas tropas – sua disciplina e motivação, além das capacidades de nossas equipes e a liderança de nossos comandantes”, disse o Gen Div Affonso da Costa. “É também o momento para avaliarmos o material militar que utilizamos nas operações.”
Nos últimos cinco anos, o Exército Sul realizou uma série de intercâmbios de especialistas em assuntos específicos e reuniões de planejamento para ajudar a preparar o EB para o rodízio durante os Diálogos de Estado-Maior entre os exércitos dos EUA e do Brasil.
“Embora o rodízio seja o ponto culminante do plano de cinco anos, não é o ápice de nossa cooperação com eles”, disse Sam Prugh, representante da Divisão de Cooperação de Segurança do Exército Sul. “Esse rodízio representa o primeiro de uma série de rodízios bianuais em centros de treinamento de combate que o EB está planejando; o próximo está previsto para 2022 com a 101ª Divisão Aerotransportada e a 12ª Brigada de Infantaria do EB [ataque aéreo].”
Prugh disse que o rodízio representa o primeiro intercâmbio de unidades com o Exército dos EUA, que se prepara para enviar uma companhia da 101ª Divisão Aerotransportada para treinar em novembro de 2021, como parte da Vanguarda do Sul – um exercício para criar prontidão e cooperação de segurança no hemisfério ocidental.
“Nosso objetivo seriam intercâmbios de treinamento regulares ou de rotina; que cada vez que nos reunimos e treinamos, seja nos Estados Unidos ou no Brasil, continuemos a aumentar a complexidade e os desafios dos eventos de treinamento” disse o Gen Bda Walrath. “Os treinamentos vão se tornando cada vez mais difíceis e mais desafiadores, mas sempre fortalecem nossas relações após cada evento realizado. O objetivo é a interoperabilidade.”
“Esperamos continuar a ver os soldados brasileiros e norte-americanos juntos em exercícios de alta intensidade, enfrentando em termos igualitários as mais rigorosas condições simuladas de combate, tanto nos EUA quanto no Brasil, conforme previsto para 2021 e além”, disse o Gen Div Affonso da Costa. “Tenho a certeza de que esse intercâmbio aumentará visivelmente a qualidade do preparo das tropas do Exército Brasileiro. Cremos com firmeza nos benefícios desse aumento nos intercâmbios de treinamento das tropas e sabemos que nossos parceiros das Forças Armadas dos EUA, através do Comando Sul e, particularmente, do Exército Sul, compartilham a mesma opinião.”