Sob o tema “Fortalecer as relações para enfrentar desafios regionais em tempos da pandemia da COVID-19”, foi realizada no dia 14 de julho a Conferência de Segurança Centro-Americana (CENTSEC) 2020, que pela primeira vez foi realizada de maneira virtual.
“As ameaças à nossa vizinhança se tornam cada vez mais complexas e estão evoluindo; essas ameaças incluem a COVID-19, bem como as organizações criminosas transnacionais, o narcoterrorismo e a próxima temporada de furacões”, disse o Almirante de Esquadra da Marinha dos EUA Craig S. Faller, comandante do Comando Sul (SOUTHCOM), aos ministros da Defesa, chefes de Estado-Maior e demais participantes da CENTSEC, na abertura do evento. “Todos concordamos que os impactos da COVID-19 em nossas vidas, sociedades, famílias e nosso pessoal têm sido extremos e nos obrigam a dedicar tempo, pessoas e recursos, ao mesmo tempo em que nos concentramos na saúde do nosso pessoal e na prontidão de nossas forças.”
Líderes militares de Belize, Costa Rica, El Salvador, Estados Unidos, Guatemala, Honduras, México, Panamá e República Dominicana compartilharam as estratégias de liderança, comunicação e lições aprendidas durante a pandemia, e analisaram as ameaças à segurança centro-americana e os avanços na luta contra as organizações criminosas transnacionais. A Colômbia participou como país observador.
A CENTSEC também contou com a participação de especialistas do Departamento de Defesa e do Departamento de Estado dos EUA e do Programa de Parceria Estadual da Guarda Nacional dos EUA.
Desafios diante da pandemia
“Estamos trabalhando arduamente durante essa pandemia; tivemos que improvisar e buscar as boas práticas dos outros países para seguir adiante”, disse Michael Soto Rojas, ministro da Segurança Pública da Costa Rica, ao apresentar a resposta do seu país à pandemia. “A polícia está envolvida em tudo, na segurança do cidadão, no combate ao narcotráfico e à criminalidade comum, na transferência dos contagiados, na proteção das fronteiras. Essa temática tem sido muito complexa, mas estamos avançando.”
“Desde que começou a pandemia, foram dadas ordens ao Centro Médico Militar e ao Serviço de Saúde Militar para que preparassem os protocolos necessários e atualizassem os planos”, disse o General de Brigada do Exército Juan Carlos Alemán Soto, ministro da Defesa Nacional da Guatemala. “Apoiamos a construção de quatro hospitais temporários através do Corpo de Engenheiros do Exército, distribuímos kits de alimentos para as equipes, reforçamos as fronteiras nos pontos cegos e utilizamos protocolos para proteger nossas forças.”
Narcotráfico durante a pandemia
Os participantes também comentaram sobre como o narcotráfico continua suas práticas ilícitas apesar da pandemia, diversificando suas operações ilegais através do contrabando camuflado.
“Percebemos mudanças com a pandemia. Quando começou [a pandemia], houve uma redução no número de aeronaves do narcotráfico que pousavam em Belize. Mas isso não durou muito tempo e, sem dúvida, vimos um aumento gradual”, disse o Contra-Almirante John Borland, chefe do Estado-Maior de Defesa de Belize.
“Apesar da pandemia, Honduras, especialmente as forças armadas, não cessaram a luta contra o narcotráfico e todos os crimes conexos. Realizamos operações conjuntas combinadas com o Comando Sul e outras nações parceiras para poder fazer frente a esse flagelo, que já reduziu o trânsito de drogas pelo nosso país”, disse o General de Brigada Tito Livio Moreno Coelho, chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas de Honduras.
Juan Pinto, ministro da Segurança Pública do Panamá, disse que durante a pandemia “o crime organizado transnacional não deixou de praticar crimes e operar. Ele acrescentou que seu país não parou de combatê-lo, principalmente com operações contínuas com a Colômbia, a Costa Rica e os Estados Unidos. “O Panamá é um lugar estratégico para a entrada de drogas vindas do sul”, disse. “Não podemos baixar a guarda.”