O comandante Uriel, um dos principais líderes rebeldes da organização esquerdista Exército de Libertação Nacional (ELN), foi neutralizado durante uma operação militar, segundo anúncio do presidente Iván Duque, no dia 25 de outubro.
“Esse foi um golpe particularmente importante [contra o ELN], porque derrubou uma das figuras mais importantes dessa organização terrorista”, disse Duque em um discurso no estado de Chocó, no noroeste colombiano, onde a operação foi realizada.
De acordo com o presidente, Andrés Vanegas, de 41 anos, mais conhecido por seu nome de guerra de comandante Uriel, era responsável por sequestros, assassinatos e recrutamento de menores para suas guerrilhas marxistas.
Ele também é acusado de estar por trás de um ataque a bomba contra uma academia de polícia em Bogotá, em janeiro de 2019, quando morreram 21 recrutas.
Após o ataque, Duque encerrou os diálogos de paz com o ELN, iniciados por seu antecessor, Juan Manuel Santos.
O procurador-geral Francisco Barbosa esclareceu que a morte do comandante rebelde ocorreu durante um “enfrentamento” com a polícia na comunidade selvática de Novita, durante uma operação militar.
Ativo nas redes sociais, Uriel era uma das figuras mais proeminentes da alternância de gerações do ELN, uma organização que surgiu em 1964, liderada por guerrilheiros com idade média acima de 60 anos.
A região de Chocó, onde Uriel operava, é cenário de uma disputa de território entre o ELN e o Clã do Golfo, o maior cartel de drogas do país.
Trata-se de um ponto importante de saída para exportações de cocaína destinada à América Central e aos Estados Unidos e também uma área de mineração ilegal de ouro, cujos lucros, segundo os procuradores, ultrapassam os do narcotráfico.
O ELN, que se calcula que opere em cerca de 10 por cento do país, tem cerca de 2.300 combatentes e uma extensa rede de apoiadores nos centros urbanos.
É o último grupo guerrilheiro formal remanescente no país depois que o governo realizou um acordo de paz com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, a maior organização, em 2016.