Segundo o governo do Irã, no dia 4 de agosto de 2021, seu presidente Seyyed Ebrahim Raisi se reuniu com o bolivariano Sacha Llorenti Soliz, secretário-executivo da Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América (ALBA).
Raisi foi acusado por vários grupos de direitos humanos pela sua participação nas execuções de milhares de presos políticos em 1988, “por ter sido um dos quatro juízes que presidiam os tribunais do denominado Comitê da Morte”, publicou o portal inglês Monitor do Oriente Médio.
Nesse contexto, a Anistia Internacional pediu que se investigasse Raisi por crimes de lesa-humanidade. No dia 11 de agosto, também ressaltou que as autoridades iranianas “abriram mais uma vez o caminho para suas forças de segurança infligirem lesões corporais graves contra pessoas que protestam, para manter o seu férreo controle do poder e sufocar a dissidência”.
Além do Oriente Médio
As ações do Irã não são exclusivas do Oriente Médio. Os Estados Unidos acusaram quatro iranianos de complô para sequestrar em Nova York uma jornalista iraniana-norte-americana, que denunciava violações aos direitos humanos no Irã. Os iranianos planejavam levar a jornalista em uma lancha rápida até Caracas e depois ao Irã, informou a Reuters, no dia 14 de julho.
No dia 9 de junho, dois navios de guerra iranianos – uma fragata e o petroleiro Makran, transformado em base naval flutuante –, suspeitos de transportar mísseis para a Venezuela, fizeram uma volta de último minuto na direção do Atlântico Norte, depois que os Estados Unidos e outros países pressionaram Caracas para que os navios não atracassem em seus portos, informou o site norte-americano de notícias Político. Ambas as embarcações tiveram que atracar em São Petersburgo, Rússia, no dia 24 de julho, informou o jornal iraniano Tehran Times.
Desde 1979, o Irã tenta construir pontes ideológicas, estratégicas e militares com diversos países latino-americanos e caribenhos, especialmente aqueles alinhados com ideologias antiamericanas, ressaltou a revista digital dos EUA National Interest, no dia 12 de agosto. Apesar disso, o Irã sofreu diversos reveses nessas regiões do continente americano, disse.
“Os investimentos na Venezuela não produziram os esperados dividendos políticos na região. Os projetos de exploração mineradora no Equador se esgotaram devido às sanções econômicas dos EUA. A escola militar que Teerã planejava construir na Bolívia foi desmantelada depois que Evo Morales perdeu o mandato. Na Nicarágua, as relações esfriaram devido a problemas de reembolso de empréstimos”, disse o National Interest.
As declarações de Raisi sugerem que poderiam utilizar a ALBA como ponte para a expansão diplomática, comercial e ideológica na América Latina e no Caribe, acrescentou o portal National Interest.
“Nossa mensagem ao presidente Raisi é a mesma já enviada a seus antecessores e é muito simples: os Estados Unidos defenderão e promoverão nossos interesses de segurança nacional e os de nossos parceiros”, declarou à Reuters Ned Price, porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, no dia 5 de agosto. “Esperamos que o Irã aproveite a oportunidade agora para promover soluções diplomáticas.”