Honduras sediou o Seminário de Líderes Seniores, denominado Desafios e Competências das Operações Especiais diante de Ameaças Emergentes em Cenários Convencionais, patrocinado pelo Comando Sul dos EUA (SOUTHCOM). O evento, realizado paralelamente com o exercício Forças Comando 2022, ocorreu em Tegucigalpa, Honduras, de 13 a 24 de junho.
O seminário reuniu oficiais militares,representantes da Defesa e da academia de 22 países do hemisfério, todos líderes estratégicos na tomada de decisões militares, incluindo representantes de Antígua e Barbuda, Argentina, Bahamas, Barbados, Belize, Brasil, Canadá, Colômbia, Costa Rica, El Salvador, Equador, Estados Unidos, Guiana, Honduras, Jamaica, México, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana, Santa Lúcia e Uruguai.
“Entre as ameaças regionais que mais afetam os cidadãos estão as maras, as gangues e o narcotráfico”, disse à Diálogo o 1º Tenente José Antonio Coello, do Exército de Honduras, porta-voz das Forças Armadas. “Os Estados devem lutar sem trégua contra esses flagelos, pois eles são os principais geradores da violência.”
O secretário da Defesa de Honduras, José Manuel Zelaya Rosales, afirmou que “os recursos humanos que saíram do Seminário de Líderes valem ouro”. Ele também ressaltou que esse é um dos muitos apoios do SOUTHCOM para Honduras.
“Este é um mundo globalizado e não podemos mais pensar que o que acontece em um país a milhares de quilômetros de distância não nos afetará, seja em nível econômico, social, político ou militar”, disse Zelaya. “Este tipo de seminário de estratégia conjunta nos permite estar um passo à frente de qualquer ameaça regional.”
“Cada um dos países participantes enfrenta problemas semelhantes e apresentaram suas experiências e capacidades de como estão combatendo-os”, acrescentou o 1º TenCoello. “[Analisamos] como alcançar melhores padrões de segurança, compartilhar informações sobre o combate ao crime organizado e também fortalecer os laços de amizade e cooperação, através da integração dos países.”
Oradores e especialistas
Os participantes unificaram critérios e técnicas relacionadas ao planejamento para o uso das Forças Especiais como componente militar na segurança do hemisfério ocidental.
Um painel de palestrantes da Universidade de Operações Especiais Conjuntas (JSOU),do Comando de Operações Especiais dos EUA (USSOCOM), instruiu os participantes sobre as ameaças das redes criminosas; desafios estratégicos para enfrentar novas ameaças transnacionais; conflitos entre a população; ameaças e estruturas criminais em rede; bem como operações especiais conjuntas, coordenadas e multinacionais.
O Coronel (R) Dr. Isaiah Wilson III, do Exército dos EUA, presidente da JSOU, afirmou que a conferência foi uma excelenteexperiência para retornar às atividades presenciais após a pandemia, que “para muitos de nós recomeçaram há apenas alguns meses”.
“Vejo todos vocês como parceiros para alcançar a vitória, para alimentar a rede organizacional e operacional com novas formas de fazer nossa profissão”, disse o Cel Dr. Wilson. “A prioridade é nutrir as redes para combater as ameaças na região.”
Implantação de habilidades
Durante o seminário, os participantes foram convidados ao quartel do Primeiro Batalhão de Forças Especiais, para observar uma demonstração das capacidades de resposta dos comandos de elite de Honduras em operações especiais contra o crime organizado e o narcotráfico internacional.
Na simulação, o comando de elite chegou de surpresa a uma pista de aterrissagem clandestina, onde uma célula terrorista mantinha reféns em um avião. Os militares demonstraram seu treinamento em combate próximo, franco-atirador e contraterrorismo, utilizando equipamentos especiais e tecnologia de ponta.
Em terra, uma equipe de assalto iniciou o ataque e depois, a partir de aeronaves, em descida vertical, outro grupo da equipe de elite entrou em ação, liberando com sucesso os reféns e transferindo-os a um lugar seguro.
O Vice-Almirante José Jorge Fortín Aguilar,da Força Naval de Honduras, líder do Estado-Maior Conjunto, convidou osparticipantes a manter a unidade, porque “só unidos poderemos enfrentar as ameaças”.
“Somos gratos ao Comando Sul por ter nos dado o apoio necessário, e agradeço aos países participantes porque é isso que nos torna mais fortes”, concluiu.