O Vice-Almirante José Jorge FortínAguilar, chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas de Honduras, está empenhado em concentrar as Forças Armadas do seu país no trabalho em equipe,como um dos eixos institucionais que lhes permitirá combater as organizações criminosas e ajudar os cidadãos em situações de emergência.
Para discutir sua abordagem, o V AlteFortín falou com Diálogo durante o Seminário da Iniciativa de Direitos Humanos, coordenado pela Secretaria da Defesa Nacional de Honduras (SEDENA) e pelo Escritório de Direitos Humanos do Comando Sul dos Estados Unidos, de 9 a 11 de agosto de 2022.
Diálogo: Um dos acordos alcançados na Conferência das Forças Armadas Centro-Americanas (CFAC), realizada em julho de 2022, foi o de ampliar as patrulhas combinadas nas fronteiras entre El Salvador, Guatemala, Honduras e Nicarágua, para evitar atividades ilícitas e intensificar a vigilância nos pontos cegos. Qual é a importância disso?
Vice-Almirante José Jorge FortínAguilar, chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas de Honduras:Devemos trabalhar em equipe; sabemos que os problemas regionais que temos são comuns e acabamos de realizar uma reunião da CFAC, onde foram discutidas várias questões importantes com relação ao problema das atividades ilegais na fronteira, porque estamos cientes de que somente unificando critérios e trabalhando em equipe poderemos alcançar os resultados que nos propusemos.
Diálogo: Na CFAC, falou-se sobre a importância de padronizar os planos de execução com os diretores de operações e informações estratégicas, a fim de contribuir para os problemas de segurança gerados pelas caravanas de migrantes e pelo tráfico de pessoas, entre outras questões. Por que é importante falar sobre essa padronização?
V Alte Fortín: Os chefes das diferentes diretorias de operações e inteligência se reuniram para analisar uma série de critérios a esse respeito, e estamos realizando várias operações e missões com o objetivo de resolver uma série de problemas, portanto devemos unificar critérios, estratégias e objetivos para que todas as forças armadas que compõem a CFAC possam seguir um único caminho.
Diálogo: Que progressos foram feitos quanto à participação das mulheres nas Forças Armadas de Honduras? Colaboramcom a iniciativa Mulheres, Paz e Segurança (WPS) do Comando Sul dos EUA?

V Alte Fortín: O papel das mulheres em nossa instituição tem sido enorme e podemos falar muito sobre este assunto, lembrando que no final da década de 1990 nossas mulheres entraram em nossas academias de formação, como a Academia Militar de Aviação e a Academia Naval; a partir de então, as mulheres entraram em muitos campos e foram muito úteis. Atualmente, temos na Força Aérea oficiais mulheres com a patente de tenente-coronel,que são comandantes de base. O importante papel que as mulheres têm desempenhado em nossa instituição, seu profissionalismo, sua dedicação e seu entusiasmo têm sido de grande benefício, dedicação e importância,para que nossas Forças Armadas continuem a se fortalecer dia a dia. E esperamos muito em breve ter mulheres na liderança da juntade comandantes e, por que não, no futuro, ter uma mulher como chefe do Estado-Maior Conjunto, o que, mais cedo ou mais tarde, tenho a certeza de que acontecerá.
Diálogo: Que tipo de cooperação existe entre as Forças Armadas de Honduras e a Força–Tarefa Conjunta Bravo (FTC-Bravo)?
V Alte Fortín: Esta é uma relação que remonta aos anos 1980 e podemos falar o dia inteiro sobre a estreita cooperação que tem existido entre ambas as partes. Por exemplo, podemos lembrar de emergências como as dos furacões Mitch [1998], Eta e Iota [2020] e os tempos difíceis em que fomos atingidos por incêndios florestais,nos quais a FTC-Bravo sempre esteve em permanente apoio.
Diálogo: Como a Unidade Humanitária e de Resgate se prepara para responder a situações de emergência?
V Alte Fortín: Desde sua fundação, esta unidade tem demonstrado sua enorme utilidade e compromisso com nosso povo hondurenho. Todos os seus membros continuam sendo treinados em vários cursos, tanto no país como no exterior, poissabemos que devemos ter uma preparação e uma capacitação importantes para que, quando nossa população necessitar, eles possam sair e fornecer a assistência necessária.
Diálogo: Qual a importância de realizar na cidade de Tegucigalpa um seminário sobre Direitos Humanos para as Forças Armadas de Honduras, coordenado por SEDENA e SOUTHCOM?
V Alte Fortín: Em minhas declarações de abertura no seminário, mencionei que esta questão tem sido muito importante e expliquei em meu discurso que houve erros e acertos e nossa instituição sinceramentefoi julgada por este problema. O importante é que este seminário é mais um passo que demonstra o fortalecimento e o interesse danossa comandante geral e do ministro da Defesa em fortalecer os direitos humanos dentro da nossa instituição.
Para ver a entrevista completa com o Vice-Almirante José Jorge FortínAguilar, chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas de Honduras, clique no seguinte link: https://dialogo-americas.com/pt-br/articles/uma-conversa-com-vice-almirante-jose-jorge-fortin-aguilar/#.Yw_Jw3ZByUk