Em meados de outubro, em uma operação fluvial liderada pela Marinha da Colômbia, com o apoio do Exército Nacional e da Força Aérea Colombiana, as autoridades conseguiram localizar e destruir um megalaboratório que tinha a capacidade para produzir mais de 3.000 quilos mensais de cocaína. O complexo, encontrado no município de Tumaco, estado de Nariño, era formado por 14 estruturas que pertenceriam ao grupo Los Contadores, uma dissidência das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), informou a Marinha em um comunicado.
Depois de várias atividades de reconhecimento aéreo e coleta de inteligência, as autoridades localizaram o complexo e montaram uma operação fluvial, devido às condições inóspitas, explicou à Diálogo o Coronel Jaime Zambrano, comandante da 4ª Brigada de Fuzileiros Navais da Marinha da Colômbia.

O megalaboratório tinha a capacidade para realizar as diferentes fases do processamento da pasta base de cocaína e da cristalização de cloridrato de cocaína, bem como prensagem e empacotamento. Nas instalações, as autoridades encontraram 2.065 kg de cloridrato de cocaína, 222 kg de pasta base de coca, 681 litros de hidrocarbonetos, 800 kg de víveres, maquinário, bem como equipamentos e outros elementos utilizados para a produção do entorpecente. Além disso, apreenderam 5.925 kg de insumos sólidos e 17.980 litros de insumos líquidos.
“Essas duas últimas cifras são importantes, porque com isso impedimos que essa estrutura contaminasse os afluentes com produtos químicos e causassem danos à área de manguezal, que é uma área protegida”, disse o Cel Zambrano.
O material encontrado bem como as estruturas foram destruídos de forma controlada no lugar, explicou a Marinha.
Segundo o Cel Zembrano, Los Contadores têm uma aliança com as Guerrilhas Unidas do Pacífico, outra dissidência das FARC que disputam com outras quadrilhas o controle dos cultivos ilícitos, laboratórios e rotas internacionais de tráfico de drogas na região. “Esse golpe foi muito importante porque abalou as finanças desses grupos, impedindo a entrada de aproximadamente US$ 100 milhões em suas economias ilegais”, afirmou.
No transcurso de 2021, até 28 de outubro, a Força Naval do Pacífico apreendeu mais de 146 toneladas de cloridrato de cocaína e mais de 50 toneladas de maconha, disse o oficial. Além disso, a força apreendeu mais de 37 toneladas de insumos sólidos e 230 toneladas de insumos líquidos.