A IX edição da Operação Artemisa, uma estratégia das Forças Militares da Colômbia para deter o desmatamento em todo o território nacional, foi realizada entre os dias 15 e 19 de fevereiro de 2021 na região amazônica. A operação contou com a participação de 412 unidades das Forças Militares e da Polícia Nacional, além de autoridades e entidades do governo do setor ambiental.
Entre os resultados, foi possível recuperar o controle de cerca de 3.100 hectares utilizados para a pecuária ilegal, e foram detidas 13 pessoas, inclusive três das mais procuradas por desmatamento na Amazônia colombiana, na área de reserva florestal do Parque Nacional Natural Serrania de Chiribiquete, e em zonas rurais de municípios afastados, informou o Comando Geral das Forças Militares da Colômbia (CGFM) em um comunicado. Os detidos responderão pelos crimes de invasão de áreas de especial importância ecológica e aproveitamento ilícito de recursos naturais e incêndios.
“Não há dúvida de que grande parte dessa pecuária criminosa e destruidora de florestas que chegou a essa região tem vínculos também com as operações de lavagem de dinheiro dos grupos armados organizados, que trazem gado sem licença de mobilização e também expõem nosso país a circunstâncias ameaçadoras”, disse à imprensa o presidente da Colômbia, Iván Duque, no dia 26 de fevereiro.
Durante a operação, as autoridades também cumpriram nove ordens de incursão e inutilizaram duas casas localizadas no Parque Nacional Natural Serrania de Chiribiquete. Além disso, apreenderam três caminhões tipo trator, quatro ferros para marcar gado e sete motosserras, entre outros equipamentos.
A Operação Artemisa, lançada em abril de 2019, faz parte da Política de Defesa e Segurança em áreas estratégicas ambientais, com o objetivo de mitigar fatores de instabilidade que destroem o meio-ambiente, a biodiversidade e os recursos naturais. Segundo o CGFM, desde 2017, cerca de 200.000 hectares de bosques foram destruídos em cada ano em todo o território nacional, com a maior concentração de desmatamento na região amazônica.
“Quando lançamos a Artemisa e nossa política ambiental, dissemos que reduziríamos substancialmente o desmatamento. Nos primeiros dois anos de nosso governo alcançamos uma redução [do desmatamento] de 19 por cento, e temos a obrigação de avançar para uma redução maior”, disse Duque.
“Trata-se de um trabalho integrado de todas as nossas forças; temos 10 batalhões de alta montanha; uma brigada contra o narcotráfico; uma brigada contra a mineração ilegal; e unidades de guarda-costas, fuzileiros navais e membros da Polícia Nacional”, disse o ministro da Defesa, Diego Molano Aponte, que acrescentou que a Artemisa não apenas busca proteger as riquezas naturais, mas também combate o narcotráfico.
Desde a criação da operação, as autoridades já conseguiram recuperar 12.358 hectares dentro de parques naturais; apreender 27.883 metros cúbicos de madeira; resgatar 9.137 aves, mamíferos e répteis em risco de extinção; além de apreender quase dois milhões de litros de insumos líquidos e 357.047 quilos de insumos sólidos para o processamento de drogas, informou o CGFM. Além disso, capturaram 81 pessoas por diferentes crimes ambientais e desativaram 32 construções, uma estrada ilegal e duas pontes em zona de proteção natural, entre outros resultados, segundo o CGFM.