O governo federal deflagrou em meados de maio a Operação Verde Brasil 2, com ações preventivas e repressivas de combate a delitos ambientais, como desmatamento ilegal e focos de incêndio na Amazônia Legal, uma área que compreende 5 milhões de quilômetros quadrados, ou 59 por cento de todo o território nacional, envolvendo nove estados do país: Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins, e parte do Maranhão.
As ações de proteção e a preservação dessa região, que engloba a maior floresta tropical do mundo, ocorrem na faixa de fronteira, nas terras indígenas, nas unidades federais de conservação ambiental e em outras áreas federais. O orçamento inicial é de R$ 60 milhões (cerca de US$ 12 milhões). Até o momento, foram disponibilizados para a operação 3.800 militares, mais de 140 meios de transporte, entre embarcações, viaturas e aeronaves das três forças, além de 400 membros de agências e instituições federais.
Balanço da Operação
Até o dia 9 de junho, as operações da Verde Brasil 2 resultaram em 1.907 inspeções navais, 4.146 vistorias em veículos, 235 multas no valor total de R$ 100 milhões (aproximadamente US$ 20 milhões), apreensões de 105 embarcações, 108 veículos, 123 quilos de maconha, 218 kg de pasta básica de cocaína e 13.994 metros cúbicos de madeira, além da prisão de 104 pessoas em flagrante.
“São multas expressivas, os números estão sendo consolidados dia a dia, e o resultado é justamente do sucesso da integração de diversas pessoas e mostrar para todo o mundo e o Brasil que quem cuida da Amazônia é o Brasil e o brasileiro”, afirmou o Contra-Almirante do Corpo de Fuzileiros Navais do Brasil Carlos Chagas Vianna Braga, porta-voz do Ministério da Defesa.
A primeira Operação Verde Brasil aconteceu entre agosto e outubro de 2019, com o emprego de 10.000 pessoas, entre militares e integrantes de agências municipais, estaduais e federais, e resultou em 1.835 focos de incêndio combatidos, 178 embarcações apreendidas e 127 pessoas detidas. Ao todo, 352 termos de infração foram lavrados, o que resultou na aplicação de mais de R$ 140 milhões (mais de US$ 27,5 milhões) em multas. Além disso, os militares destruíram 45 acampamentos ilegais e apreenderam mais de 26.000 litros de combustível, escavadeiras, motosserras e moto-bombas. Foram revistados 1.453 veículos e 1.961 embarcações.
“Esse ano nós estamos começando mais cedo, exatamente para atingir a parte do desmatamento e antes que as queimadas aconteçam. A gente tem certeza de que a Operação Verde Brasil 2 vai ser ainda maior do que a primeira”, disse o C Alte Carlos Chagas, enfatizando que o foco principal das operações, nesse momento, é o crime ambiental de desmatamento.
Dessa vez, os militares envolvidos na Operação Verde Brasil 2 também estão adotando medidas para evitar a disseminação do novo coronavírus durante suas atividades, como desinfecções de hospitais e escolas e ações sociais.
“As operações acontecem ao mesmo tempo em que as Forças Armadas estão trabalhando na Operação COVID-19, onde já estamos empregando hoje mais de 30.000 militares. Então é um esforço importante para que o Ministério da Defesa, sempre articulado com as agências governamentais, alcance um sucesso muito grande”, finalizou o C Alte Carlos Chagas. A Operação Verde Brasil 2 foi prorrogada até o dia 15 de julho.