Membros e recursos das Forças Armadas do Uruguai foram mobilizados para levar apoio à comunidade, devido à pandemia do coronavírus, a COVID-19, com a distribuição de insumos básicos, fabricação de produtos médicos e patrulhamento das fronteiras, entre outras medidas essenciais.
No dia 13 de março, o presidente do Uruguai Luis Lacalle Pou decretou emergência sanitária pelo coronavírus. As medidas incluíram o fechamento parcial de fronteiras, quarentena obrigatória para os passageiros que chegam de países declarados de risco, proibição de saídas de cruzeiros, suspensão de espetáculos públicos, suspensão de aulas nas escolas e isolamento, entre outras medidas.
“Temos várias ações. Os comandos das Forças Armadas estão dispostos e se oferecem para trabalhar nas zonas de fronteira, para reforçar a contenção da eventualidade e enfrentar a enfermidade”, explicou o ministro da Defesa do Uruguai, Javier García, durante uma entrevista coletiva. “Disponibilizamos destacamento, controle de parâmetros sanitários, tomada da temperatura [das pessoas] para descartar os sinais da enfermidade”, acrescentou o ministro.
Mais de 1.200 membros das Forças Armadas foram destacados na operação Fronteira Segura em diversos pontos do país, para vigiar as zonas de fronteiras terrestres e fluviais, deter o tráfico ilegal de drogas e de pessoas e intensificar os controles frente à pandemia do coronavírus.
A Força Aérea do Uruguai (FAU) pôs à disposição suas aeronaves e helicópteros para o eventual traslado de pacientes ou material de laboratório médico. Além disso, a FAU repatriou cidadãos uruguaios que não conseguiam sair do Peru, Bolívia, Argentina e Equador, através de voos militares humanitários.
A Marinha Nacional do Uruguai está controlando o trânsito de entrada e saída de estrangeiros e uruguaios por via marítima e terrestre, bem como acompanhando e orientando os passageiros com suspeita de infecção pelo coronavírus aos postos de controle e locais de isolamento.
“Colaboramos com o Ministério da Saúde Pública quanto à entrada de uruguaios e residentes estrangeiros no Uruguai”, disse à Diálogo o Capitão de Mar e Guerra Diego Perona, chefe de Relações Públicas da Marinha Nacional do Uruguai. “Diante do estado de emergência sanitária, a Marinha, através de suas diversas jurisdições, assumiu a tarefa de sensibilizar os cidadãos para evitar aglomerações, além de restringir a navegação.”
Por sua vez, o Exército do Uruguai informou que apoia a população nos centros de assistência médica localizados nas cidades de Montevidéu, Melo, Cardona, Dolores e Flores. É dessa maneira que o 1º Grupo de Artilharia Brigadier General Manuel Oribe, o 8º Regimento de Cavalaria Blindado Patria e o 5º Batalhão de Infantaria Asencio colocaram à disposição veículos e pessoal capacitado para trasladar e instalar uma barraca no prédio do hospital de cada cidade, para ser utilizada como sala de espera para os eventuais casos de pacientes afetados pelo coronavírus.
Desde meados de março, o Exército também disponibiliza algumas oficinas de seu Serviço de Intendência para a fabricação de máscaras. Os militares conseguem confeccionar cerca de 1.000 máscaras por dia.
“Por trás de toda essa desgraça, devemos buscar o que ela deixa de positivo. Todos nós compreendemos que todas as dependências do Estado precisam estar trabalhando, consubstanciadas e coordenadas, para terem mais força na batalha que estamos enfrentando”, destacou o ministro García.