Desde o dia 15 de março, o Peru está em estado de emergência. O anúncio foi feito pelo presidente Martín Vizcarra Cornejo, como uma estratégia para deter o avanço do coronavírus no país. O estado de emergência até 12 de abril e todas as fronteiras peruanas permanecerão fechadas.
Imediatamente, as Forças Armadas foram convocadas para ajudar nos trabalhos. Mais de 60.000 militares foram mobilizados em nível nacional, para garantir o cumprimento das medidas de prevenção contra a pandemia da COVID-19.
Depois do anúncio feito pelo presidente Vizcarra, o General de Exército César Astudillo, chefe do Comando Conjunto das Forças Armadas do Peru, fez um discurso no qual pediu à população que aderisse à quarentena e respeitasse o toque de recolher programado das 20h às 5h, até o dia 1º de abril. “As Forças Armadas estão cuidando para que nossa população obedeça a essa emergência de saúde, aplicando a lei aos que não a cumpram; temos sob controle as fronteiras, aeroportos e rodoviárias”, disse o Gen Ex Astudillo.

Hospitais militares
O General de Exército Orlando Celiz Kuong, comandante geral do Exército do Peru, disse que o Exército está alinhado com a política nacional, como parte do Sistema Nacional de Saúde, para combater o coronavírus. Ele informou que foi implementado no Hospital Militar Central um centro de diagnóstico com 16 leitos para hospitalizados e quatro para os que estão em isolamento.
Em relação às medidas de segurança para o pessoal militar, ele disse que já começou a distribuição em nível nacional de 35.000 equipamentos de proteção para todos os soldados e também foram adquiridos equipamentos de proteção para o pessoal da saúde.
Por outro lado, o ministro da Defesa peruano Walter Roger Martos Ruiz informou que a Marinha de Guerra instalou em poucos dias um hospital de campanha na região de Callao, com mais de 200 leitos que atenderão as pessoas com resultados positivos ao teste do coronavírus.
O ministro disse ainda que o pessoal do comando da Terceira Zona Naval realiza operações de controle de pedestres e veículos, em apoio à Polícia Nacional do Peru, na cidade de Arequipa. Da mesma forma, as equipes navais destacadas nas diversas ruas da região realizam trabalhos de conscientização com os transeuntes e com as pessoas que utilizam os transportes públicos, recomendando-lhes que permaneçam em suas casas para evitar a propagação e o contágio do coronavírus.
Os militares peruanos também ajudam nos trabalhos para tornar as sete torres da Vila Pan-Americana em um hospital exclusivo para atender os pacientes infectados pela COVID-19. Esse recinto, localizado na Villa El Salvador, na capital Lima, terá capacidade para atender 3.000 pacientes.
Um total de 170 militares do Exército, da Marinha de Guerra e da Força Aérea foram destacados para realizar os trabalhos de implementação, que consistem na limpeza de todos os recintos das sete torres do conjunto residencial, na armação dos leitos e colchões e colocação de guardas em cada um dos dormitórios.
O uso da Vila Pan-Americana, cujas seções são destinadas aos esportistas que obtiveram medalhas nos Jogos Pan-Americanos de Lima em 2019, foi aprovado por um decreto de urgência que permite o uso temporário do local como hospital. “Na Vila Pan-Americana teremos 3.000 leitos disponíveis, mais do que o dobro do Hospital Rebagliati. Já temos a autorização para habilitar os primeiros 900 leitos nas duas primeiras torres. As Forças Armadas estão dando todo o seu apoio para o transporte de equipamentos, leitos e colchões”, disse o presidente Vizcarra.