Diálogo entrevistou o General de Brigada Tito Livio Moreno Coello, chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas de Honduras, no âmbito da Conferência de Segurança Centro-Americana 2021, na Cidade do Panamá, nos dias 22 e 23 de junho.
Diálogo: Que novidades a Força de Segurança Interinstitucional Nacional (FUSINA, em espanhol) traz para o combate ao narcotráfico, às gangues e quadrilhas?
General de Brigada Tito Livio Moreno Coello, chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas de Honduras: Desde sua criação em 2014, a FUSINA vem trabalhando incansavelmente no combate ao crime organizado, narcotráfico, criminalidade comum e atividades correlatas, para alcançar resultados positivos em âmbito nacional. A FUSINA é uma força interagências composta por agentes de justiça que lutam contra a criminalidade, para alcançar a justiça, a paz e a tranquilidade, que o povo hondurenho anseia há anos.
Os resultados foram muito bem-sucedidos; houve um declínio considerável na criminalidade, nas mortes violentas entre os cidadãos e até entre as próprias quadrilhas criminosas, que foram desarticuladas com a captura de seus principais líderes, chefes de grupos e integrantes, bem como na apreensão de grandes quantidades de drogas, o que gera muita violência entre esses grupos que se beneficiam dessa atividade ilícita.
São muitos os desafios mas, sem dúvida alguma, o compromisso dos integrantes da FUSINA e seu trabalho árduo têm sido muito eficientes, principalmente através dos escudos terrestres, aéreos e marítimos no combate frontal ao narcotráfico.
Diálogo: Como Honduras coopera com os Estados Unidos para impedir o aumento de voos dos narcotraficantes e destruir suas pistas de pouso?
Gen Bda Moreno: O fluxo de drogas através de Honduras diminuiu com as ações do escudo aéreo e a destruição das áreas clandestinas de aterrissagem que as Forças Armadas realizam no combate ao flagelo do narcotráfico, um trabalho coordenado com o apoio efetivo por parte do governo dos EUA, através do Comando Sul, com o qual se mantém uma comunicação e intercâmbio de informação, que possibilitou a realização de operações conjuntas e combinadas que desferiram golpes duros contra os narcotraficantes.
O apoio do governo dos EUA é importante e necessário para o enfrentamento dessas ameaças, especialmente o narcotráfico, em estados muito afastados do país, como é o caso de Gracias a Dios, Olancho e Colón. Exemplo disso foi a Operação Domino, uma iniciativa conjunta realizada no ano passado [2020], na qual foram confiscados cerca de 80.000 quilos de entorpecentes. Atualmente, coordenamos ações para executar novas fases dessa operação.
Diálogo: Que trabalho realiza Honduras com as Forças Armadas da Guatemala, El Salvador e Nicarágua, para deter as organizações criminosas transnacionais na fronteira?
Gen Bda Moreno: Como parte do Sistema de Integração Centro-Americana, através das Forças Armadas, Honduras trabalha com as forças militares centro-americanas em muitas operações conjuntas e combinadas, para fortalecer o sistema de segurança regional, especialmente na Guatemala, El Salvador e Nicarágua. Isso permite o acesso e o intercâmbio de informações para combater as atividades ilícitas, principalmente nos espaços fronteiriços, onde se realizam patrulhamentos para combater o narcotráfico e outros delitos correlatos, como o tráfico de pessoas, armas e animais, como uma medida para proteger a região do crime organizado que ameaça nossas nações.
Diálogo: Que tipo de cooperação existe entre as Forças Armadas de Honduras e a Força-Tarefa Conjunta Bravo (JTF-Bravo, em inglês) do Comando Sul?
Gen Bda Moreno: As Forças Armadas de Honduras trabalham de maneira coordenada e em cooperação com a JTF-Bravo em muitas atividades e operações com foco no apoio à população, principalmente no resgate de pessoas em eventos de desastres naturais, não apenas no país, mas também em toda a região.
Após a passagem dos furacões Eta e Iota, que deixaram muita destruição em Honduras, a JTF-Bravo desempenhou um papel fundamental no transporte de medicamentos e víveres e em evacuações de residentes de muitas comunidades afetadas. Essas ações falam por si mesmas sobre o grande trabalho e a importância que tem a JTF-Bravo para Honduras.
Diálogo: Qual é a maior contribuição das Forças Militares de Honduras para o esforço regional no combate às ameaças à segurança?
Gen Bda Moreno: Para realizar as operações de combate direto ao narcotráfico e a outras ameaças, as Forças Armadas de Honduras colaboram com as instituições do governo e os agentes de justiça encarregados de proteger a população e o país contra o crime organizado transnacional. Esse enfoque se projeta internacionalmente, de forma coordenada e em colaboração com os países irmãos da América Central, com os Estados Unidos e com a Colômbia.