Uma organização transnacional de narcotráfico, que enviava grandes carregamentos de drogas a partir do Pacífico colombiano para a América Central e o México, foi desmantelada pelas Forças Militares da Colômbia em uma operação liderada pela Marinha, informou a instituição no final de agosto.
“Foi feita a captura e acusação de 12 supostos membros da estrutura criminosa, que aparentemente tinha ligações com cartéis mexicanos para o financiamento, processamento e envio da carga ilícita”, disse à imprensa María Elena Monsalve Idrobo, diretora especializada contra o narcotráfico da Procuradoria Geral da Nação. “Segundo a investigação, eles adquiriam a substância narcótica em laboratórios em Bajo Calima, Valle del Cauca, e em Sipí, Chocó, e aparentemente contatavam barqueiros e os pagavam para levar os narcóticos em barcos de pesca que viajavam pela costa de Bajo San Juan, no Pacífico, coordenando sua partida para destinos internacionais em lanchas tipo go-fast.”
A organização tinha a capacidade de comercializar até 3 toneladas de cloridrato de cocaína por mês. “Essa organização operava sob a liderança do indivíduo conhecido como Coronel e Willy, para que as drogas fossem estocadas em Bajo Baudó, recebidas no México e na Costa Rica, e depois enviadas para os Estados Unidos”, disse à Diálogo o Coronel José Domingo Cantillo, do Corpo de Fuzileiros Navais da Colômbia, segundo comandante e chefe do Estado-Maior da 2ª Brigada de Infantaria de Marinha. Ambos os supostos líderes foram capturados uma semana após essa operação, declarou a Marinha em um comunicado.
“O trabalho de inteligência foi realizado durante um ano pela Inteligência Naval, Procuradoria Geral da Nação e Corpo Técnico de Investigação [uma divisão da Procuradoria Geral]”, acrescentou o Cel Cantillo.
Durante a investigação, as autoridades apreenderam quase 1 tonelada de cloridrato de cocaína dessa organização e prenderam em flagrante cinco de seus supostos transportadores. “Entre os capturados estão Ramiro Eduardo Piñeros Camargo, conhecido como Ramiro, encarregado de coordenar e realizar a logística tanto de enviar as drogas, como de receber o dinheiro proveniente do México; também temos Jorge Armando Montalva Duarte, conhecido como Mono, acusado de ser o elo entre a organização criminosa e os cartéis mexicanos que financiam a atividade ilícita, além de receber dinheiro do produto ilícito”, disse a promotora Monsalve.
Outro dos capturados é o indivíduo conhecido como Henry, que supostamente estava recrutando as pessoas e que também estava encarregado de financiar os carregamentos de narcóticos para o exterior; da mesma forma, o indivíduo conhecido como Jair, considerado o homem de confiança de vulgo Mono, que aparentemente estava encarregado de vigiar os centros de coleta para o carregamento e envio das drogas para diferentes países, de acordo com o comunicado da Marinha.
A luta da instituição naval contra o narcotráfico tem sido enfrentada com sucesso. “A Força Naval do Pacífico da Marinha da Colômbia realizou 138 prisões por narcotráfico [até] 31 de agosto de 2022 e, durante o ano de 2021, registrou um total de 237 prisões por esse mesmo crime”, concluiu o Cel Cantillo.